quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Ano novo... Vida nova!

    Hoje é dia 31 de dezembro de 2015. Antes de vir para aqui para partilhar com vocês mais alguns momentos desta minha Aventura, estive a fazer o balanço deste ano prestes a terminar. Porém, antes de o fazer, pedi à minha mãe que fizesse o seu balanço. Ela, prontamente, respondeu "Nem quero pensar nisso, o ano foi mau...".
   Logo eu respondi: Não foi nada, então vê lá bem...
   E comecei a narrar todos os meus feitos deste ano e, apesar de ter passado por maus bocados, dei comigo a fazer um balanço positivo. A nível escolar, tudo cinco estrelas, fiz exames que correram maravilhosamente; a nível desportivo, fui a todas as provas possíveis, até ao Campeonato Nacional de Natação; fui novamente à Disneyland Paris onde me diverti muito, muito, foi maravilhoso; e, claro, fui operada... A seguir, deixo-vos com duas fotografias minhas: antes e depois da cirurgia! No próximo ano, continuarei a contar-vos as minhas aventuras e ficarão a saber quantas horas durou a cirurgia, as complicações, o sofrimento, tempo de internamento, fotografias, o que tenho feito, como estou e como estarei...
   A todos desejo um Ótimo Ano de 2016, com muita Saúde, Paz e Alegria!
                                                                       Bjs!

         18-09-2015                                                                   21-09-2015


Cirurgia - escoliose...

    O relógio marca as 17h, estava serena, o comprimido fez efeito, estava preparada, tinha de ser... Olhava para a porta, mas ela não se abria... não abria mesmo! No quarto ao lado do meu estava uma menina, parecia um pouco mais velha do que eu, tinha sido operada há dois dias... e já andava. Dei comigo a invejar a sorte dela, já tinha passado por aquilo que eu estava a passar e ainda ia passar: a operação. Uma das enfermeiras já nos tinha dito que, em média, são operadas duas meninas por semana naquele hospital, para tratar precisamente escolioses como a minha.
    - Ai, já passa da hora, nunca mais me vêm buscar!
    A espera estava a tornar-se angustiante, o medo começou a apoderar-se de mim, precisava de terminar aquilo depressa...
    Dezoito horas e quinze minutos, a porta abriu-se.
    - Vamos lá, Beatriz, está na hora! - disse uma das enfermeiras que me veio buscar.
    Agora, à distância não sei dizer-vos o que senti naquele momento, mais medo ou seria alívio por, finalmente, ir fazer aquilo que me iria pôr uma rapariga normal, com as costas direitas, de forma a que as pessoas menos discretas deixassem de me olhar como "diferente"!
    Saí do meu quarto deitada na minha cama, e lá fui eu, acompanhada por uma auxiliar e por uma  enfermeira que empurravam a cama, e os meus pais que não me largaram um bocadinho. Os nervos apoderaram-se de mim e pouco depois de iniciar a viagem na minha cama, comecei a chorar... Por volta das 18.30h entrei no Bloco Operatório, depois de me despedir dos meus pais. Todos chorámos...
    Já com a porta fechada do Bloco, ainda consegui ver a minha mãe através do vidro da parte superior dessa porta. Entretanto, puseram-me uma touca na cabeça, ajudaram-me a sair da minha cama e passei para uma maca. Nesta havia uma espécie de uma roda cor de cera com um buraco no meio. Era a minha "almofada", onde coloquei a minha cabeça. E lá fui eu...

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Tarde do dia 18 de setembro... à espera da cirurgia!!!

    A hora de almoço passou, confesso que não tinha fome. Por volta das 14h, o meu médico foi ter comigo ao quarto e disse-me que me viriam buscar por volta das 17h para me levarem para o bloco operatório, mas um pouco antes eu teria de tomar um comprimido que me iria ajudar a relaxar. E assim foi, às 16h deram-me o tal comprimido com um pouco de água. Estava a chegar a hora... mas a espera estava já a pôr-me nervosa, enquanto não ia, pensava em coisas: o que é que me iriam fazer, ia sentir alguma coisa, ia doer?! Tinha metido na cabeça que seria operada ao início da tarde, por isso, confesso, estava a passar-me... Às 16.20h a Enfermeira trouxe umas meias brancas e pediu aos meus pais que mas vestissem, alertando para o facto de que era uma tarefa difícil, pois as meias eram muito apertadas e tinham como função, precisamente, apertar-me as pernas, pois a cirurgia seria muito longa. Enfiar aquelas meias acabou por ser um momento divertido, era o meu pai de um lado, a minha mãe do outro, os dois a puxarem aquelas meias super apertadas. Já colocadas, até que as minhas pernas ficaram giras. Podem ver isto mesmo, na fotografia que mostro a seguir...







sábado, 26 de dezembro de 2015

Manhã do dia 18 de setembro, onze horas

   Às onze horas, mais coisa menos coisa, os meus pais procederam ao preenchimento de toda a papelada para eu poder ficar internada, na companhia da minha mãe, que ficaria sempre comigo. Confesso que estava um pouco - ou seria muito?? - nervosa. Estava muito nervosa e com muito receio. Desde que entrei no hospital que fui sempre muito bem tratada, todos me trataram com carinho e foram muito pacientes comigo.
   Preenchida a papelada do internamento, chegou junto de nós uma enfermeira que me encaminharia para o meu quarto. Entrámos no elevador e subimos. O coração começou a bater com mais força... Estava mesmo muito nervosa, admito! Quando entrei no quarto, gostei do que vi: era um quarto acolhedor, tinha televisão, sofás, casa de banho e, claro, uma cama. O meu pai começou logo a brincar comigo e, para me pôr à vontade, mostrou-me a paisagem que se via das duas grandes janelas que tinha o quarto. Depois, brincou comigo e juntos "explorámos" a cama. Fiquei mais descontraída quando descobri um comando junto à cama e comecei a ver para que é que ele servia. Pois é, a minha cama era toda articulada - subia e descia a parte das pernas, subia e descia a parte do tronco, a cama toda descia e subia, era maravilhosa. Depois, brinquei com um outro comando que a Enfermeira me tinha mostrado e explicado para o que servia. Um dos botões era para chamar a enfermeira quando precisasse, outro era para as luzes do teto, outro para o candeeiro da cama, outro para a entrada do quarto... E, claro, o comando da televisão. Carreguei no botão e a televisão ligou...
   E fiquei assim, à espera! Entretanto fui trocar de roupa e vesti uma camisa de dormir... Quanto a comer, já sabia que não podia comer nem beber nada...

      Olá, Queridos Amigos!
      Há quanto tempo... É verdade, estive aqui com vocês no dia 18 de setembro de 2015, dia muito importante para mim pois era precisamente neste dia que se ia dar uma grande mudança em mim. A minha escoliose não podia esperar mais, a curvatura já era tanta que a seguir iria ter dificuldade em me segurar. Já tinha feito todos os exames necessários para a cirurgia e, por volta das 10.30h, o carro dos meus pais parou no parque de estacionamento. Levámos tudo o que era necessário para uns dias de internamento. A minha mãe ia poder ficar comigo, fiquei muito feliz quando me disseram isto.
     À entrada do hospital, o meu pai tirou-me esta fotografia que apresento a seguir. Até já!



sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Escoliose Infantil - o Dia da Cirurgia

   Bom dia!
   E o Grande Dia chegou - dia dezoito de setembro de 2015. E é para você, querido leitor, que eu estou a escrever estas últimas palavras antes de acabar de me preparar para sair e ir para o hospital. Confesso que, agora, estou a ficar um bocadinho nervosa e também com um pouco de medo. Como ainda sou uma criança, vou ficar internada na Pediatria e a minha mãe vai ficar sempre comigo, isso já é bom. O médico anestesista disse que eu só ia sentir a pica na mão para me porem o soro, mas tenho medo de sentir mais alguma coisa... Será que vou sentir alguma coisa durante a operação?
   Sei que têm lido os meus textos e acompanhado a minha história, seja só por curiosidade, interesse pelo assunto ou porque têm alguém próximo que apresenta o problema de saúde igual ou parecido ao meu. Obrigada por me acompanharem!
   A minha cirurgia começa às 15 horas...
   Logo que possa voltar à escrita, podem contar com a continuação desta minha aventura, continuarei a contar o que se passar comigo a partir de hoje, o dia em que vou Crescer... e vou crescer porque o senhor doutor vai pôr-me a coluna direita!
  
                    O verde é a cor da Esperança, e eu tenho muita ESPERANÇA...

                                                                                       BEIJINHOS

                                                                                                    Até já!

                                                                                                             🍀

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Consulta de anestesia - Escoliose Infantil

   No dia 15 de setembro lá fui eu a mais uma consulta ao Hospital dos Lusíadas (este hospital já começa a parecer a minha segunda casa...), desta vez era a consulta de anestesia. Estava marcada para as dezasseis horas, mas o doutor atrasou-se um pouco.
   Mais um doutor muito simpático e esclarecedor. Explicou-me tudo o que ia acontecer na operação: no dia dezoito de setembro tomava o pequeno almoço às oito e a partir dessa hora não podia comer mais nada; às onze tinha de estar no hospital.
   De seguida, disse-me que a minha cirurgia era muito difícil e complicada e que por isso eu tinha de ser uma mulher muito forte. Seria uma cirurgia muito longa, três a cinco horas. Para eu não estar preocupada com o chichi, iriam colocar-me um tubinho para eu estar completamente à vontade. Era capaz de ter dores quando acordasse da anestesia geral, mas que seriam aliviadas com medicamentos que me colocariam no soro. Ah, disse também que antes da cirurgia iria tomar um comprimido que me deixaria calminha.
   Depois de terminada a sua explicação, perguntou-me se eu tinha alguma dúvida. Perguntei quando é que podia comer depois da operação, ao que ele respondeu: "Não vais ter fome porque o soro alimenta-te. Não te preocupes!". Esta questão preocupa-me muito pois eu ando a comer muito bem, por isso estava a fazer-me confusão estar tantas horas sem comer! Bem, vamos lá ver se não vou mesmo ter fominha?!
   Acrescentou, também, que depois da operação eu não ia para o quarto, mas sim para uma sala de cuidados intensivos onde teria sempre pessoas a acompanhar-me. No geral, foi mais ou menos isto que aconteceu. Viu o resultado dos exames que fiz no dia 9 e disse que estava tudo bem, e que a minha hemoglobina era excelente. Não me perguntem porquê, pois não sei... Mas se é muito boa, ainda bem!

Evolução da minha escoliose em RX

   A seguir, apresento o RX tirado no dia nove de setembro. A curvatura continua a evoluir, por isso não se pode adiar mais a operação... De tudo o que o senhor doutor explicou, vou partilhar aqui com vocês uma das coisas que gostei muito de ouvir. Ele disse que quando eu saísse do bloco operatório mediria mais cinco ou seis centímetros. É mais fácil para mim pensar assim: vou ser operada para ficar maior...






Os presentes...

   Aqui ficam, então, duas fotografias dos presentes que recebi pelo meu bom desempenho no momento de tirar sangue para análise... Os bonequinhos que estavam desenhados no teto são estes que podem ver nas fotos.



Exames de preparação para a cirurgia

   Ainda antes de sairmos do consultório, o doutor deu aos meus pais o seu contacto telefónico e disse que se entretanto tivessem alguma dúvida, poderiam ligar-lhe.
   No atendimento aos doentes, marcaram-me a consulta de anestesia para o próximo dia quinze, às dezasseis horas. Foi-nos dito que nessa consulta iriam explicar todos os procedimentos e esclarecer todas as nossas dúvidas. Disseram-nos, também, que poderia fazer já os exames pedidos pelo médico.
Os mesmos foram feitos em locais diferentes do hospital.
   Primeiro, fiz o RX. A Técnica que me recebeu neste serviço, quando viu o exame que tinha de me fazer, viu logo que era para cirurgia. Sempre me trataram bem no Serviço de Radiologia, mas desta vez foram ainda mais carinhosos, a senhora até por Princesa me tratou. Foi muito querida. Quando me foi entregar novamente à minha mãe, e ao ver a sua cara, disse-lhe para estar tranquila porque eu estava em boas mãos e que tudo iria correr bem. A minha mãe lá começou outra vez a chorar.
   De seguida, dirigi-me à secção onde se faz o eletrocardiograma. Foi rápido e não custou nada. Depois fui para a parte mais dolorosa: tirar sangue para análise. Por ter apenas 12 anos, fui tirar sangue no piso da Pediatria. Pelo caminho, senti-me a gelar e chorei. Estava muito nervosa, agulhas metem-me muita impressão. Estava com medo, mas os meus pais acabaram por me acalmar. A sala era muito gira e tinha um pormenor: no teto estavam desenhados bonequinhos, mas como eu continuava muito nervosa, nem apreciei aquela paisagem. As enfermeiras foram muito carinhosas e tiveram muita paciência comigo. Consegui sobreviver, mas confesso que não gostei nada desta parte.
   Quando me preparava para sair da sala onde me tiraram o sangue, a senhora enfermeira deu-me dois presentes que eu achei muito fofinhos. No post seguinte, mostro essas ofertas. Até já!...

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Marcação da cirurgia...

   Dando continuidade à minha história...
   Depois de consultar a sua agenda, o doutor disse que me operaria já no próximo dia 18. Perguntou-me quando é que as aulas começavam - começam no dia 21, sendo a apresentação precisamente no dia da cirurgia -, e referiu que eu iria ter de faltar nas três primeiras semanas de aulas. À natação, se tudo correr bem, voltaria dois meses após a operação, só para adaptação à água. Ao fim de seis meses será possível voltar à competição.
   Ouvi tudo aquilo em silêncio e não consegui perguntar nada. A minha vida estava a levar uma volta de nem sei quantos graus...
   Entretanto, o médico começou a escrever no seu computador e, depois de imprimir algumas folhas, explicou o que os meus pais tinham de fazer a seguir. Uma das folhas, para entregar na secção de receção aos doentes, era o documento para o internamento. Na parte correspondente ao diagnóstico consegui ler: cifoescoliose + escoliose... As outras três folhas apresentavam os pedidos de exames de preparação para a cirurgia: eletrocardiograma, outro RX e análises clínicas. O doutor pediu para eu fazer estes exames naquele hospital.
   O tal Grande Dia que eu escrevi num dos posts anteriores está agora muito próximo...

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Escoliose Infantil - cirurgia ou não?

   No dia oito de setembro disse ao meu novo treinador (que já sabia que eu tinha escoliose) que, no dia seguinte, não sabia se chegaria a tempo ao treino da tarde pois tinha nova consulta no Hospital dos Lusíadas. Entretanto, disse aos meus pais que o meu ouvido direito doía, fazia uns barulhos esquisitos e estava com dificuldade em ouvir (este meu ouvido é muito dado a otites, de tal forma que nado sempre com uns tampões especiais, próprios para o efeito).
   No dia nove, ainda antes das nove da manhã, já estava nas instalações do meu clube, equipada e  preparada para o exercício físico matinal, ainda fora da piscina (aqui, seria só no treino da tarde). Almocei mais cedo para sair cedo de casa para poder tirar novo RX antes da consulta com o meu médico. E assim foi.
   Já no consultório, o doutor perguntou aos meus pais se havia novidades e perguntou-me se o período já me tinha vindo. "-Não!". Viu as imagens do novo RX, no computador, e disse que não se podia esperar mais. Se em julho, a cirurgia estava indicada só para a zona dorsal, agora, diante da evolução da curvatura, teria de mexer em toda a coluna pois também já estava fora do seu sítio normal na zona lombar. A minha mãe, há uns dias atrás, já me tinha dito que a coluna já estava "fora do sítio", também em baixo. O médico confirmou isso mesmo. Apesar de ainda não ter o período, a cirurgia tinha de ser feita já porque a partir daqui a coluna iria ficar mais dura e depois era mais difícil corrigir. Estou a tentar reproduzir as palavras do médico, mas se quiserem esclarecer alguma dúvida, coloquem-na.
   Continua...

domingo, 13 de setembro de 2015

Primeiros dias de setembro de 2015

   Logo no primeiro dia deste mês, completei doze anos.
   Como já escrevi atrás, o Grande Dia estava a aproximar-se... O dia 9 de setembro, dia da consulta onde seria tomada a decisão relativamente à minha escoliose. Com o passar do tempo e olhando para as fotos que ia tirando, sabia que a coluna estava a piorar. Mas, antes deste dia, no dia oito, iniciei a minha nova época desportiva. Já estava com muitas saudades da piscina, de nadar, do convívio com os colegas...
   Neste primeiro dia, não fui para a piscina porque este dia foi dedicado à apresentação do novo Diretor do Clube, bem como à apresentação do regulamento desta nova época. Logo de seguida, levei um treino, mas fora da água. Confesso que não aprecio este tipo de exercícios, mesmo não podendo fazer tudo o que os meus colegas fazem, devido ao meu problema. Para mim, exercício físico é na piscina, aí sinto-me um autêntico peixe na água.
   Como o novo ano letivo também se aproximava e o Regresso às aulas já estava em todas as superfícies comerciais, comecei a comprar os materiais necessários para iniciar o sétimo ano de escolaridade, numa escola nova. Fiquei, também, a saber que o dia de apresentação na escola era o próximo dia dezoito.
   Fiquem bem e até já!

verão de 2015 - fotos com Escoliose

    Antes de dar continuidade à minha história, quero dar as boas vindas aos novos Leitores deste blogue. Se tiverem alguma dúvida ou quiserem comentar, não hesitem em fazê-lo.
 
   O Campeonato Nacional de Natação, no Jamor, correu bem. Depois entrei, também, de férias na atividade desportiva, estando previsto o início da nova época para setembro. Entretanto, passei a usar aparelho nos dentes para os corrigir. Na última semana de agosto fui à Disney, em Paris. Adorei, adorei...
   Conforme o tempo ia passando, era bastante evidente o agravamento da minha escoliose, eu estava cada vez mais torta, a minha postura já não passava despercebida a ninguém. Acho que foi a partir deste momento que comecei a interiorizar o problema que tinha e que realmente precisava de tratamento para voltar a ser a rapariga que era até aos dez anos de idade. Agora, eu via-me nas fotografias que continuava a adorar tirar e, fosse qual fosse a posição, eu estava sempre com uma má postura. Mas era a minha postura natural...

   Aqui ficam duas das minhas fotografias...


sábado, 12 de setembro de 2015

Nova consulta, novo RX com Escoliose

   E rapidamente chegou o dia 15 de julho de 2015, dia de nova consulta e de novo RX para ver como estava a minha escoliose.
   Já no consultório, o médico disse que a curvatura da minha coluna se tinha agravado mais um pouco (56º) e que a cirurgia tinha mesmo de ser feita. O ideal seria a intervenção cirúrgica ser realizada com o meu crescimento já concluído e já com a menarca. Ponderando todos os fatores, o doutor disse que iria aguardar mais um pouco, para eu poder crescer mais um bocadinho e ver a evolução da escoliose e, como entretanto, ia fazer 12 anos (1 de setembro de 2015), operar-me-ia, então, com essa idade.
   Ficou marcada nova consulta para o dia 9 de setembro.

   A seguir, apresento o RX atrás referido.



quinta-feira, 10 de setembro de 2015

O que é a Escoliose Infantil idiopática?...

   Certo dia de manhã, no mês de julho, se não me engano, na televisão, num dos noticiários da manhã, como se comemorava o dia da Prevenção da Escoliose Infantil, um médico da especialidade foi entrevistado sobre este assunto. Eu ainda estava a dormir, vi depois gravado, mas os meus pais assistiram em direto. Eles ficaram impressionados com o que ouviram pois o relato do médico parecia que estava a ser feito a partir da minha situação concreta:
   - Acontece às meninas com onze/doze anos e manifesta-se de um dia para o outro. Geralmente, torna-se visível para os pais, por exemplo, na praia, quando veem as filhas de costas e logo detetam uma má postura... Três a quatro por cento das meninas apresentam escoliose, mas apenas um por cento necessita de intervenção cirúrgica. É idiopática, mas diante dos estudos já feitos, aponta-se que este problema tenha origem genética, não necessariamente direta, ou seja, não passará dos pais para os filhos, pode, sim, vir de uma geração mais anterior...
   E, resumidamente, foram estas as palavras do doutor. Claro que custou ouvir que apenas um por cento destas situações precisam de cirurgia... Ainda bem, mas para quem não precisa..., para mim, que me vejo na situação em que me encontro, é caso para dizer: "Tenho mesmo azar..."
   A vida continua...

O tempo passa...

   Os dias que se viveram entretanto continuaram a ser de muito trabalho para mim, os treinos continuavam intensivos e, na escola, aproximava-se a época dos exames do 6º ano, nas disciplinas de Matemática e Português. Não tinha dificuldades nestas disciplinas, contudo tive de realizar todas as fichas, testes, exames de anos anteriores que as professoras me deram para fazer.
   Os dias dos exames chegaram, primeiro o de Português e pouco tempo depois o de Matemática. Ambos correram muito bem, no entanto fiquei com a sensação de que iria ter melhor nota no de Português. Depois de consultar os Critérios de Correção dos exames, confirmei essa minha sensação. Afixação dos resultados dos exames: nível 4 a Matemática e nível 5 a Português. O meu objetivo era tirar nível cinco também a Matemática, mas faltou ali qualquer coisa! No entanto, fiquei muito feliz e orgulhosa com os resultados obtidos. Apesar de dedicar muitas horas dos meus dias aos treinos, continuei a conseguir obter bons resultados na escola. Tudo é possível quando há muita força de vontade, e eu tenho...
   O tempo foi passando e eu fui vendo a angústia e a tristeza nos olhos dos meus pais por constatarem que a minha escoliose continuava a agravar-se. Entretanto, o meu treinador descobriu o meu problema de saúde. No final do treino, o meu pai falou com ele, relatando-lhe todos os pormenores da minha escoliose idiopática...

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Escoliose Infantil Idiopática com 10 meses em Fotografia

   Olá! Aqui estou novamente para dar continuidade à minha história, hoje, 9 de setembro de 2015, dia de consulta... O resultado desta contarei mais à frente para não quebrar a ordem cronológica que decidi seguir neste meu/nosso blog.
   Ainda na consulta do dia vinte e nove de abril, depois de ver o RX, o doutor examinou as minhas costas e disse que eu estava ainda a crescer e como ainda não tinha a menarca, adiaria mais um pouco a cirurgia. Quando me perguntou como é que eu estava na natação, contei-lhe as minhas últimas aventuras: já tinham passado os Campeonatos Zonal e Regional, e tanto num como noutro, eu tinha melhorado os meus tempos individuais.
   Pediu aos meus pais para marcar consulta para o início de julho e se a escoliose continuasse a avançar, teria de fazer de imediato a cirurgia. Quando ouvi isto fiquei em pânico, confesso que não pela cirurgia em si, ainda não pensava a sério nisso, mas sim pelo facto de em meados de julho ter o Campeonato Nacional de Natação no Jamor. Tinha trabalhado o ano todo para me preparar para este Campeonato... O doutor, muito querido, percebeu a minha aflição e disse para marcar consulta para meados de julho.
   Ficou, então, a consulta marcada para o dia 15 de julho, realizando-se o referido Campeonato nos dias 17, 18 e 19 de julho.
   Agora, deixo-vos com uma fotografia das minhas costas, tirada em abril...

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Escoliose Infantil - agravamento

   Quando vi a imagem do RX projetada, fiquei impressionada, como é que a minha coluna estava assim! O médico disse que já estava à espera daquele resultado, a curvatura que eu apresentara na primeira consulta era já disto indicativa...
   Os meus pais estavam sem palavras e quando começaram a fazer as primeiras observações, não o conseguiram fazer de imediato. As palavras certas não vinham... Lembro que voltaram a falar na natação e de como era possível a escoliose estar a agravar-se daquela maneira, se eu todos os dias nadava e é sabido que a natação é boa para tudo... Se eu nadava de forma intensiva, essa prática obrigava a esticar a coluna diariamente e a fortalecer cada vez mais os músculos que a suportavam...
   O doutor disse que eu fazia bem em continuar a nadar, mas esta prática não fazia uma escoliose desaparecer. Aconselhou que eu continuasse a nadar pois o fortalecimento da parte muscular era muito importante agora e no futuro. Agora porque ajudavam a suportar a curvatura da minha coluna com escoliose e, no futuro próximo, aquando da cirurgia...
   Na primeira consulta que tive com este doutor ele disse que o limite da curvatura da coluna para cirurgia era 45º, neste dia da consulta - 29 de abril de 2015 -, eu apresentava 55º!!!
   A minha escoliose agravou-se muito, mas eu continuava sem dores...

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Escoliose infantil com 10 meses em RX

   Dando continuidade ao post anterior...
   Os meus pais mudaram de cor quando o doutor disse que a minha escoliose tinha piorado. Apesar das alterações físicas que evidenciava, penso que os meus pais estavam com a esperança de ouvir da boca do médico que, apesar disso, a coluna poderia estar a melhorar.

   Feitas as medições, ouvimos, então, estas palavras: "A coluna da Beatriz apresenta já um desvio de 55º".
   A seguir, deixo-vos com a imagem do referido RX...

A minha escoliose - nova consulta

   Apesar das alterações físicas bastante evidentes, no dia vinte e nove de abril, quando ia para a consulta, desejei muito que a minha escoliose não estivesse pior... Confesso que no início não liguei muito ao que me diziam e ao que ouvia quando os meus pais falavam sobre o meu problema. Mas à medida que ia lendo sobre o assunto, dei comigo a sentir medo... Os meus pais estavam muito preocupados e com receio do que iriam ouvir do médico nesta consulta. E eu também... Lembrei, entretanto, que nesta consulta iria ficar a saber, se a escoliose tivesse piorado, quando é que seria a cirurgia. E isto começou, então, a preocupar-me... Entretanto já tinha visto, na net, algumas imagens da dita cirurgia e causou-me muita impressão!!!
   A consulta foi ao início da tarde. Contudo, antes da consulta,  fui ao serviço de Radiologia para tirar novo RX. Este é que iria ditar a minha Sorte... Entretanto, encontrei o meu médico neste serviço e, juntamente com ele e com os meus pais, fomos para o consultório. No percurso, o médico perguntou-me se estava bem e disse que eu tinha crescido muito. Ele é mesmo muito simpático e ternurento na forma como fala. Confio muito nele e acredito que ele me vai pôr direita...
   Já no consultório, o doutor disse que já tinha visto o RX e que a minha escoliose se tinha agravado...
Continua...

domingo, 6 de setembro de 2015

Escoliose Infantil - Alterações físicas 4

   Como o tempo passa depressa, rapidamente chegou a primavera e, com ela, as roupas mais pesadas deram lugar a outras mais leves. Continuava a crescer todos os dias um pouquinho, daí pouca ter sido a roupa que me continuava a servir. Mesmo aquelas camisolas que ainda me serviam, as que tinha usado no outono, agora já me incomodavam na zona dos ombros. O ombro direito continuava a sair do sítio, daí a costura da manga ficar fora do seu lugar, o que me incomodava mesmo muito. Lembrei agora que até houve um dia em que fui ter com a minha mãe para lhe dizer que aquela camisola que tinha acabado de vestir tinha uma manga maior do que a outra. A minha mãe ficou muito triste e, depois de pensar um pouco (acho  que esteve à procura das melhores palavras...), explicou-me o porquê daquela situação. Eu estava a ficar de dia para dia mais deformada e as camisolas e casacos tinham de ser comprados em função disso. Claro que a camisola tinha as mangas do mesmo tamanho, só que no meu corpo, uma manga ficava comprida e a do outro braço ficava mais curta.
   Confesso que não gosto muito de ir comprar roupa, mas naquela altura tinha mesmo de ser. Consegui comprar algumas peças, poucas, mas como os casacos grossos tinham sido postos de lado, a roupa mais leve fez com que o meu problema de saúde passasse a ser mais visível. Quando comprei a roupa nova, e já adaptada ao meu "novo" corpo, sentia-me mais ou menos confortável. No entanto, não demorou muito até que essa roupa passasse também a incomodar...

Escoliose Infantil - Alterações físicas 3

   Continuei a fazer a minha vida, agora de férias escolares e desportivas (verão de 2014).
   Início do novo ano letivo e da nova época desportiva (2014/15)... Já era bastante evidente o levantamento do ombro do meu lado direito, mas eu não sentia, aquela era a minha forma natural de estar e andar.
   Na escola tudo corria bem e na piscina também. Começaram as provas e consegui melhorar os meus tempos. Para mim, tudo corria bem e nem sequer me lembrava da escoliose. No entanto, outra alteração surgiu e essa incomodou-me um pouco. Reparei, então, certo dia, que o peito do lado esquerdo estava a desenvolver-se e no lado direito não tinha nada. Após observação mais cuidada, a minha mãe reparou que todo o meu lado esquerdo estava mais saído que o lado direito, daí parecer que tinha apenas um seio. Rapidamente o lado esquerdo (ombro e costelas) ficou mais saliente para a frente, fazendo com que o ombro direito levantasse cada vez mais, ficando as costelas deste lado salientes, mas para trás. Neste momento, estava mesmo a ficar com uma postura feia e mesmo que a quisesse disfarçar, não conseguia. Os ossos estavam a crescer todos tortos...
   Tentei ser o mais clara e objetiva possível, mas se tiverem alguma dúvida, digam/escrevam.

sábado, 5 de setembro de 2015

Escoliose Infantil - Alterações físicas 2

   O primeiro exame (RX digital) que fiz data de quinze de julho de 2014 e, a seguir, transcrevo o que diz o relatório:
   "Obtiveram-se incidências requisitadas para estudo radiológico e fez-se processamento digital das imagens.
   Escoliose dorso-lombar em S alongado com elevação da cabeça femural direita. Seguidamente procedemos à radiometria dos membros inferiores em filme extra longo e com a paciente em ortostatismo registando-se um encurtamento global de 4mm do membro inferior esquerdo."
   Aqui está atestado, de forma objetiva, o início do meu problema de saúde. Relativamente ao encurtamento da perna esquerda, devo dizer que não se nota. Nesta altura, estando vestida, ainda ninguém conseguia ver que eu tinha a coluna torta, por isso ainda não era alvo de olhares indiscretos. Dores também não tinha.

Escoliose infantil - Alterações físicas 1

   Quando a minha mãe descobriu que a minha coluna estava a entortar, eu não apresentava mais nenhuma alteração física e, mesmo essa curvatura, foi visível porque estava curvada a limpar-me após o banho. Aliás, podem (re)ver a fotografia que eu partilhei com vocês num dos primeiros posts deste blog. Esta situação intrigou a minha mãe precisamente pela rapidez da evolução da curvatura - "Como é que é possível isto, tu tinhas a coluna direita!". De imediato foi rever todas as minhas fotografias e realmente viu que as minhas costas eram direitinhas, com a coluna no seu devido lugar. As fotografias são mesmo muitas, desde pequena que gosto de tirar fotos e muitas delas em posições a imitar as modelos famosas. O mundo da fotografia, da moda sempre me fascinou. E, mais curioso ainda, é que muitas dessas fotografias foram tiradas na praia, comigo a usar biquíni (fato de banho só uso na piscina para treinar). Tenho fotografias lindas, com as costas perfeitas...
   Tudo isto foi relatado ao médico, manifestando os meus pais a sua admiração/revolta por ouvirem da sua boca que eu tinha escoliose e que precisaria de cirurgia. O doutor explicou que é uma "situação normal", que acontece às meninas com 11/12 anos, é idiopática, e ninguém tem culpa. Os meus pais, durante muito tempo, cismaram no porquê disto estar a acontecer-me, várias foram as vezes em que os encontrei a tentar encontrar uma causa para o meu problema... Mas não havia, eu nasci com três quilos duzentos e quarenta gramas, de parto normal e sempre fui uma criança saudável e cheia de vida. Antes de iniciar a prática da natação de competição, passei por outras atividades físicas que acabei por abandonar por sentir que não era aquilo que queria fazer (ginástica, basquetebol, hip hop...).
   Ainda bem que optei pela natação pois esta eu posso e devo, segundo o doutor, praticar, já as outras não poderia.
   A primeira alteração física foi, então, a coluna com uma curvatura bastante visível quando me baixava para a frente...

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

A minha escoliose em fotografia

   Depois de publicar o post anterior e que encerra com uma fotografia das minhas costas tirada em janeiro de 2015, dei comigo a refletir sobre tudo isto e a olhar para a referida fotografia. Reconheço que até a mim me mete impressão, mas é a coluna que eu tenho...
   Um dos pormenores que esqueci de referir aquando da primeira consulta da especialidade, prende-se com o uso, ou não, do colete que corrige a escoliose. Os meus pais, como já tinham investigado sobre o assunto, colocaram essa situação ao doutor que, prontamente, explicou com todos os pormenores que perante a curvatura que eu já apresentava, o colete não era de todo recomendável nem evitaria a cirurgia, mais tarde. Se por acaso o usasse, iria perder qualidade de vida, iria sofrer física e psicologicamente, teria de andar com ele sempre e durante muito tempo, para depois se dar o caso, após a sua retirada, da coluna, de imediato, voltar ao seu estado inicial, isto é, continuar torta.
   Outro fator muito importante nesta problemática tem a ver com o facto de ainda estar em crescimento e, no RX, o doutor conseguiu ver que eu ainda tenho muito para crescer, apesar de já estar alta para a minha idade (neste verão, quem não sabia a minha idade, dava-me sempre catorze/quinze anos). Outra palavra nova que aprendi nessa dita primeira consulta foi "menarca". O doutor perguntou aos meus pais se eu já tinha a menarca, ao que eles responderam "Não". Já fora do consultório, fiquei a saber junto dos meus pais que a menarca, afinal, é o período.
   Se entretanto me lembrar de mais algum facto passado relevante, não hesitarei em contar-vos. Se vos surgir alguma dúvida, não hesitem em perguntar-me. Responderei a tudo o que eu souber.

Rotina diária...

   Depois da última consulta, continuei a fazer a minha vida normalmente. Na escola tudo corria bem, bem como na piscina. Tinha os dias completamente preenchidos, por volta das 8.15h chegava à escola e lá permanecia, todos os dias, até às 16.30h. Tinha que lanchar rapidamente porque às 17h estava a entrar no Clube onde pratico a natação. O treino era duro, mas eu aguentava tudo sem qualquer tipo de problema porque eu adoro nadar! Deixava o Clube por volta das 20h e quinze minutos depois, mais coisa menos coisa, chegava a casa onde o jantar já me esperava. Esfomeada, rapidamente despachava a refeição toda. Logo de seguida, ia fazer os trabalhos de casa. Apesar de considerar que os meus professores exageravam no número de trabalhos que pediam, nunca deixei nenhum por fazer. Terminados os trabalhos, preparava-me para ir para a cama. Neste momento aproveitava para pôr a conversa em dia com os meus pais e irmão e terminar algum assunto que tivesse ficado pendente durante o jantar. Pois é, os meus dias eram tão preenchidos que, para fazer uma das coisas que eu também gosto muito de fazer - conversar - aproveitava as refeições e quando me estava a arranjar para sair ou para deitar.
   A minha coluna continuava a crescer torta e a curvatura cada vez se acentuava mais. A seguir, deixo-vos com uma fotografia tirada em janeiro de 2015. Confesso, desde já, que quando a minha mãe me mostrou as fotos que tirou nesta altura, fiquei chocada, triste - "Ai, como é que eu tenho a minha coluna...", desabafei eu...

4 de setembro de 2015

   Bom dia, Amigos Leitores!
   Não calculam a alegria que senti quando abri este meu blog e vi o número de visualizações que os meus posts tiveram de ontem para hoje. Estou a gostar de partilhar com vocês a minha história pois ajuda-me a passar o tempo até chegar o Grande Dia... E, por outro lado, sei que as minhas palavras certamente estão a ser lidas por quem está a viver de perto uma situação parecida com a minha e querem saber detalhes sobre este problema. Isto foi o que os meus pais fizeram quando descobriram o meu problema. Apesar de o meu médico ter sido esclarecedor na explicação que deu sobre Escoliose Infantil, os meus pais não sossegaram até devorar toda a informação disponível sobre o assunto.
   Ao longo do dia, irei avançando na minha história... E, já sabem, não hesitem em deixar os vossos Comentários...

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Escoliose infantil - causa idiopática

   Depois de um bom passeio, aqui estou eu novamente para avançar mais alguns pormenores. Contudo, antes de iniciar, deixem-me confidenciar uma coisa: durante o passeio de hoje, num dos momentos em que passei para a frente do meu pai, disse ele: "-Estás a andar tão torta..."; e quando a minha mãe perguntou se eu não sentia que estava a andar assim, eu respondi que não. E é verdade, sei que cada vez ando mais torta porque me dizem ou, então, nem é preciso dizerem nada, pois os olhos de algumas pessoas já dizem tudo. Tenho sentido que algumas pessoas não são nada discretas e não conseguem tirar os olhos das minhas costas. Confesso que às vezes me sinto um pouco incomodada, mas, por outro lado, acabo por compreender pois sei que já não passo despercebida e que realmente tenho uma postura estranha.
   Às vezes tenho vontade de dizer: eu tenho escoliose infantil de causa idiopática, ou seja, e segundo o que o meu médico disse, não há nada que tenha motivado o crescimento da minha coluna assim, ela simplesmente cresce assim... Ninguém tem culpa, é simplesmente um problema que aparece nas meninas com a idade de 11/12 anos. É caso para escrever um dos desabafos da minha mãe: "Mas porquê à minha filha?!".
   Mas é assim...

Nova consulta...

   Continuação...
   E já cá estou outra vez, decidi dedicar a manhã de hoje a vocês, queridos leitores, e continuar a contar a minha história.
   A tristeza continuava estampada na cara dos meus pais, continuava a custar-lhes muito ver-me assim.
   A minha mãe entregou ao Diretor de Turma o atestado para o Professor de Educação Física saber quais os exercícios que eu não poderia fazer nas aulas. Relativamente à Natação, os meus pais decidiram nada dizer por enquanto ao treinador, como não havia qualquer tipo de restrição à prática desta modalidade, acharam melhor assim.
   Rapidamente chegou o dia um de novembro, nova consulta. Antes da consulta, fiz o RX e quando entrámos no consultório, o médico já tinha o resultado. Primeiro perguntou-me como é que eu estava e eu respondi que estava tudo bem, continuava sem dores e fazia a minha vida normalmente. Referiu, então, que a curvatura da minha coluna estava mais acentuada: 43º. Estava a piorar e pela evolução rápida que estava a exibir, disse que a cirurgia seria mesmo necessária. Os meus pais ficaram aflitos, a minha mãe chorou, o meu pai começou a perguntar pormenores da cirurgia e, no meio de todo aquele sofrimento, o meu pai perguntou se a natação não estaria a fazer mal. Prontamente o doutor disse que não, aliás a prática de natação até era bastante benéfica na medida em que estava a fortalecer os músculos... Confesso que ao ouvir isto deixou-me aliviada e satisfeita: tinha um problema grave de saúde, mas podia continuar a nadar, tinha que treinar muito para atingir os mínimos para ir ao Campeonato Zonal que iria realizar-se no Algarve.
   Nesta fase eu continuava a não ligar muito ao meu problema, até nem pensava muito nisto, eu queria era nadar, divertir-me e estudar. Na escola, tudo corria bem e na piscina continuava a "dar o litro" para alcançar os meus objetivos.
   A seguir, deixo-vos com o RX que tirei no dia um de novembro de 2014...

E agora?...

   Olá!
   Tal como prometido, aqui estou eu outra vez para contar mais um episódio da minha história. Após a primeira consulta, a tristeza, o sofrimento e a revolta instalaram-se no coração dos meus pais. Evitavam ao máximo manifestar o que sentiam quando eu estava por perto, mas eu, como sou muito curiosa, estava sempre a perguntar sobre o que é que eles estavam a falar. Uma das questões mais frequentes era "Mas como é que pode estar assim?..." E, desde então, passaram a perguntar-me se eu tinha dores, ao que eu respondia - "Não!" Pode parecer estranho, mas era verdade, eu não tinha dores apesar de ter aquela curvatura na coluna.
   No meu dia a dia, os meus pais passaram a aconselhar-me e a pedir-me para andar direita, mas rapidamente perceberam que aquela minha forma de andar, com o ombro direito mais alto do que o esquerdo, era natural, a minha postura era aquela.
   Entretanto começou o ano letivo 2014/15, iniciei o sexto ano e começou também a minha época desportiva, agora como Infantil B e com um novo treinador. Estava determinada a dar o meu melhor na escola e na piscina e não seria o meu problema de saúde que me iria impedir de continuar a ser boa naquilo que fazia: tirar boas notas na escola e melhorar os meus tempos na natação. Olhando para trás, reconheço que naquela altura ainda não tinha interiorizado que tinha um sério e grave problema de saúde, também tinha acabado de fazer onze anos...
   A próxima consulta seria no dia um de novembro de 2014 e, nesse dia, faria outro RX para ver a evolução, ou não, da curvatura. Entretanto, os meus pais passaram muito do seu pouco tempo livre a procurar e a ler na net tudo o que encontravam sobre Escoliose...
   Continua...

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Dezasseis de setembro de 2014

   Olá, queridos leitores!
   Desculpem esta minha ausência, mas não levei o computador comigo... Ontem fiz doze anos e já estamos em setembro. Como grandes acontecimentos se aproximam relativamente ao meu estado de saúde, desde já prometo que vou contar-vos tudo o que se passou no período temporal compreendido entre os factos narrados no post anterior e o dia de hoje, dois de setembro de 2015.
   Tive a primeira consulta da especialidade "Escoliose" no Hospital dos Lusíadas, no dia dezasseis de setembro de 2014. O doutor viu o RX, exibido já num post anterior, e referiu, pela curvatura que já apresentava, que seria caso para cirurgia. Não consigo expressar através de palavras o estado em que os meus pais ficaram perante aquilo que tinham acabado de ouvir. "Porquê?; Como é que isto apareceu?" - foram duas das perguntas de imediato colocadas. Neste momento aprendi uma nova palavra: "idiopática". Com este vocábulo o Sr. Doutor quis dizer que não há causa, não há explicação para a curvatura que a minha coluna apresentava, simplesmente a minha coluna cresce assim - TORTA.
   Neste momento, a curvatura era cerca de 40º e, segundo o doutor, o limite para a cirurgia era os 45º.
   Como tinha acabado de iniciar o sexto ano de escolaridade e uma das disciplinas é Educação Física, o doutor passou uma declaração para ser entregue ao Diretor de Turma e ao Professor da referida disciplina, atestando os exercícios que eu não podia fazer. Muito preocupados, os meus pais também perguntaram se podia continuar a praticar natação, ao que o doutor respondeu afirmativamente e acrescentou que até fazia muito bem.
   A consulta terminou com o doutor a explicar os próximos procedimentos e a aconselhar calma e a aguardar com serenidade a evolução do meu estado. "Vamos ver...", disse ele.
   Eu mantive-me praticamente calada durante a consulta, ouvi atentamente tudo o que o doutor disse e não consegui dizer nem perguntar nada. Confesso que me senti um pouco esquisita, mas não sei explicar nem dizer porquê... Aquilo era tudo uma novidade, onde é que eu havia de pensar que tinha a coluna torta, com escoliose, se nadava de segunda a sábado, e também ao domingo, quando tinha competição??!!
   Até já!

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

As consultas de osteopatia...

   O médico que referi num dos posts anteriores recomendou um colega da especialidade Escoliose para me acompanhar na viagem que iniciei em meados de junho de 2014. Enquanto não chegava o dia da primeira consulta com este doutor, os meus pais levaram-me, então, à tal clínica de homeostasia, ao tal médico que me iria pôr boa (segundo a doutora que me recebeu na Consulta de Urgência).
   Confesso que nas vésperas da primeira consulta senti-me um pouco nervosa porque não fazia a mínima ideia do que esse médico me iria fazer. Lá chegou o dia, início de julho. Não vou escrever aqui o nome do médico pois não é, de todo, minha intenção criticar o trabalho de ninguém e porque também sei, após pesquisas que efetuei, que há muitas pessoas que acreditam nestes tratamentos e que dizem que melhoram com os mesmos. Fico feliz por essas pessoas, mas, infelizmente, comigo não resultou. O que mais me custou, nesta fase da minha doença, foi o médico dizer que me ia tratar, que não era preciso fazer cirurgia e que daí a um mês já se notaria uma melhoria acentuada na minha coluna. Foi muito encorajador e até mesmo convincente. Eu acreditei!!!
   Com as pesquisas que realizei e em conversa com os meus pais fiquei a saber que este tipo de medicina se intitula de Medicina alternativa, ou seja, que através de outros métodos consegue alcançar os mesmos sucessos que a Medicina convencional. De toda a informação que recebi, claro que aquela que eu, de imediato, interiorizei foi a de não ser necessário fazer a cirurgia.
   Os tratamentos efetuados consistiram no seguinte: inicialmente uma grande conversa sobre banalidades, depois deitava-me e o doutor colocava as suas mãos na minha cabeça e ficava em silêncio alguns minutos, com os olhos fechados. De seguida, com um aparelho fazia uma espécie de massagem, com uma máquina, nas minhas costas. Como eu não sabia, e continuo a não saber, andar de bicicleta, ele insistiu que eu tinha de aprender a fazê-lo. Consultas seguintes: "já sabes andar de bicicleta...", "já tens equilíbrio?...", a tudo respondia negativamente; e voltava a fazer o mesmo que fiz na primeira consulta... Em finais de agosto, numa outra consulta, diz o doutor: "Houve um retrocesso!". Admitiu aquilo que era visível aos olhos de todos: a minha coluna continuava a entortar, mas ele insistia que me ia curar.
   Sem resultados, vi os meus pais a perderem o ânimo que tinham quando comecei os tratamentos pois acreditaram nas sábias palavras do doutor. A curva da coluna estava mais acentuada, "não vale a pena continuar a acreditar no milagre que este doutor prometeu!", ouvi eu da boca dos meus pais e, também, já consciente de que não era aquilo que ele me fazia que iria colocar a minha coluna direita...





   A minha coluna estava assim... E assim abandonei este tipo de tratamento...
   Até à próxima publicação!



sábado, 22 de agosto de 2015

Ponto da situação...

   Olá!
   Estive ausente durante estes dois dias, mas fiquei muito feliz quando constatei que a minha história tem sido lida. Sei porque o fazem, pois foi precisamente o que os meus pais fizeram quando se viram perante este meu problema: depois da primeira consulta com o médico sugerido pela senhora doutora que me recebeu na consulta de Urgência, que confirmou aquilo que já se desconfiava - "escoliose", os meus pais iniciaram uma busca na net, lendo muita da informação aí disponível. Sei, até, que enviaram uma mensagem para um dos blogs que narrava alguns dados de uma menina que viveu uma situação igual à minha. Pois bem, é isto que quero pedir aos meus leitores: não hesitem em colocar dúvidas, contar situações semelhantes, desejar saber pormenores... ou apenas escreverem um comentário dizendo, por exemplo, "continua...". Pela minha parte, digo-vos que continuarei por aqui a contar-vos a minha história que tem ainda muitos episódios. No último post tiveram oportunidade de ver o meu primeiro RX, tirado em julho de 2014. Desde aí já muitas coisas aconteceram e a minha coluna continua a piorar. 
   Na próxima publicação irei contar o tratamento osteopático. 

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

A primeira consulta

   Fui, então, a uma consulta de Urgência. A médica confirmou aquilo que os meus pais tinham visto e ouvi pela primeira vez a palavra "escoliose". Como era de medicina geral, aconselhou a realização de exames e consulta rápida com um médico da especialidade (sugeriu o médico que eu deveria consultar). Para além disto, indicou um médico muito bom numa clínica de homeostasia que, segundo ela, era excelente no tratamento deste tipo de situações e que já tinha obtido bons resultados em casos iguais ao meu.
   Quando chegámos a casa, os meus pais falaram muito, questionaram-se sobre o porquê disto estar a acontecer, como é que de um momento para o outro a coluna ficou assim se até pratico uma atividade desportiva que me obriga a esticar a coluna quase diariamente... No meio de tanta dúvida e receio, agarraram-se àquela sugestão da médica das Urgências: o milagroso médico osteopata que iria pôr a minha coluna, que mostro a seguir, direita. O raio x que se segue mostra o estado da minha coluna em meados de julho de 2014 (desvio de 40º). Não é por acaso que pus em itálico a palavra "milagroso", pois milagre, realmente ele não me fez nenhum. Deixo os pormenores destes episódios para o próximo post.



A Descoberta - parte dois

   Esqueci de referir que na foto postada no post anterior sou eu que estou a saltar.
   Quando a minha mãe pediu para eu me curvar, confesso que fiquei aflita porque o seu tom de voz era mesmo de alguém que estava em choque. O que é que ela viu nas minhas costas?! - pensei eu para comigo, muito curiosa. Chamando o meu pai, disse-lhe que eu tinha a coluna torta. Antes de ver as minhas costas, ele desvalorizou o assunto, dizendo que era maluquice da minha mãe. Mas, a verdade é que quando ele viu aquilo que a minha mãe tinha visto há momentos, era mesmo uma coluna torta.
   Dizer "coluna torta" parece um tanto ou quanto esquisito, grosseiro mesmo, mas foram estas as palavras que os meus pais disseram e que efetivamente retratam aquilo que eu descobri ter nesse dia: a coluna torta.
   O medo instalou-se, primeiro na cara dos meus pais e, logo depois, também eu fiquei um pouco assustada. Quando a minha mãe me disse que algo não estava bem nas minhas costas, não liguei muito, pois já sei que a minha mãe se aflige com tudo e não demora muito a "fazer filmes" sobre... Penso que nem todas as mães são assim, mas provavelmente o maior número é! Como ouço muitas vezes dizer: "preocupação de mãe!". No entanto, eu gosto da minha mãe assim e gosto que ela se preocupe da forma como faz, eu própria afirmo que sou e serei sempre a "bebé" da mãe e do pai que gosta de atenção e de ser apaparicada.
   Voltando à descoberta: quando vi a expressão do meu pai, que é mais comedido nas suas reações, percebi realmente que a reação da minha mãe não iria dar origem a outro dos seus "filmes". Isto era mesmo real, não era ficção...
   Isto aconteceu antes do jantar, mas já não houve jantar para ninguém, o meu pai levou-me logo ao hospital, tendo a minha mãe ficado em casa com o meu irmão.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

A descoberta - parte Um.

   A fotografia que encerra o post anterior mostra, de forma clara, que a minha coluna está direita, era, na verdade, uma atleta de competição com muita vontade de aprender mais e mais para conseguir alcançar um dos meus sonhos desde que iniciei a minha atividade desportiva na natação: Jogos Olímpicos. Apesar de ter só onze anos - quase doze -, sei o quão difícil é atingir a forma necessária para este tipo de competição. Ocupo parte do meu pouco tempo livre a consultar todo o tipo de informação sobre natação, bem como sobre os seus praticantes. Já consultei grande parte da informação disponível sobre os grandes craques da natação e o que tiveram de fazer para chegar onde chegaram, como por exemplo, aos Jogos Olímpicos.
   Na época de 2013/14 fui Cadete A e continuei a aperfeiçoar a minha técnica e, por conseguinte, a melhorar os meus tempos. Todos os dias crescia um bocadinho, tanto a nível desportivo como a nível físico. Dei comigo a assinalar locais em casa para me orientar quanto ao que crescia e verifiquei que houve períodos em que era bastante evidente o meu crescimento.
   Na escola tudo corria bem, estava no quinto ano, adorava as disciplinas de Português e Matemática, mas não gostava muito de Educação Física. No entanto, fazia tudo o que o professor mandava, ainda por cima eu era uma atleta. Mas, cá entre nós, já aí eu me sentia uma atleta, mas uma atleta na água. Na água eu sinto-me bem, livre, adoro ver-me a superar algumas dificuldades, como por exemplo, o saltar bem... O salto é muito importante quando se contabiliza o tempo feito em determinada prova.



   Na última frase escrevi "tempo", sim, agora que estou aqui a relembrar o meu passado recente, dou comigo a ver o que a passagem do tempo me reserva...
   Junho de 2014, num domingo em que não tive Prova de Natação, após o banho (raramente tomava banho em casa, pois como nadava quase todos os dias, quando chegava a casa já trazia o banho tomado) e, estando eu já a limpar-me, ouço a minha mãe:
   "- Bea, curva-te lá outra vez!"
   Prontamente, perguntei à minha mãe o que se passava...

                          Continua...

O final do primeiro ciclo

   Corria o ano de 2012, abril/maio, estava eu no terceiro ano do primeiro ciclo, a minha coluna continuava direita, saltava, brincava sem qualquer tipo de restrição. Numa das aulas de natação, no final, fui abordada por um outro professor de natação que me perguntou se podia falar com os meus pais. Longe de saber ou sequer imaginar o tema da conversa,  logo que saí do balneário, disse-lhes que um professor queria falar com eles. A conversa foi rápida e limitou-se ao seguinte: ele tinha observado a minha aula e constatado que eu tinha jeito para natação de competição; convidou-me para fazer uma aula experimental na piscina de um clube de natação.
   Dois ou três dias depois, mergulhei na tal piscina e fiz tudo o que a treinadora mandou. No fim da aula, recebi elogios e disseram-me que eu tinha futuro na natação: tinha uma excelente constituição física para brilhar nesta área - não tinha escoliose, a minha coluna era perfeita!!! Era!!!. Já a sós com os meus pais, eles perguntaram-me se era aquilo que eu queria, se estava disposta a ter treinos diários e a participar em provas "a sério"... Não tive qualquer dúvida: "Sim, quero!".
   Em setembro desse mesmo ano, iniciei o quarto ano, com a mesma rotina: levantar de manhã cedo, ir para a escola, aprender, brincar nos intervalos. Acabava a escola às 16.30h e, após o lanche e realização de alguns/todos os trabalhos de casa, ia para a piscina. Entrava lá por volta das dezassete e trinta e saía já depois das oito. A tal rotina foi então quebrada, agora os finais de tarde eram dedicados à prática de natação a sério: "200m crawl... 200m bruços... 200m costas... com prancha, sem prancha...". De referir que fazia parte do meu horário, como faz parte de qualquer horário escolar, a prática de ginástica na escola - Expressão Físico-Motora, duas vezes por semana. Nestas aulas fazia tudo o que a professora mandava: corria, saltava, dava cambalhotas, andava de patins, etc.
   Época 2012/13: participei em todas as provas de natação da época e em cada uma delas dei sempre o meu máximo e melhorei efetivamente os meus tempos em todos os estilos. Para terminar este momento da minha história, apresento a seguir uma fotografia que mostra a minha coluna sem escoliose, em março de 2014:

                   Próximos momentos: a descoberta...

NOTA: Podem começar a partilhar comigo a vossa experiência, aqui, na secção dos Comentários...

A minha história

   Nasci no primeiro dia do nono mês do ano 2003. Para ver o meu crescimento consulto as fotografias e/ou filmagens que os meus pais foram tirando/fazendo ao longo dos anos. Tenho imagens de todos os meus primeiros momentos: a primeira roupinha, a saída do hospital, a primeira ida ao Centro Comercial, a primeira papa, a primeira bolacha, a primeira sopa, o primeiro dentinho, os primeiros passos... Enfim, tudo o que é comum a um bebé que nasce e cresce feliz e saudável.
    Com quatro anos iniciei a minha adaptação ao meio aquático, dei os primeiros mergulhos na piscina e não gostei muito. Aliás, numa das primeiras aulas, recusei entrar na piscina. Foi o carinho e a paciência da professora que me fizeram querer voltar na aula seguinte e entrar sem qualquer tipo de receio na piscina. Nesta altura, tinha uma aula por semana, era ao sábado à tarde.
   Com seis anos iniciei o primeiro ciclo, mas já tinha iniciado o meu "percurso escolar" aos cinco meses quando fui para o Infantário. Uma das minhas recordações desses tempos era a de não querer dormir o sono da tarde. Deitavam-me juntamente com os outros meninos, mas eu não dormia, ficava com os olhos abertos à espera que o tempo da sesta passasse depressa. Contudo, à noite, precisava de jantar cedo para cedo me deitar e, no dia seguinte, cedo levantar também.
   Adorava brincar, folhear livros, ouvir as histórias que me contavam, ver televisão e ir para a piscina. À medida que fui crescendo, a frequência da piscina foi aumentando. Com cinco/seis anos passei a ter duas aulas semanais e a aperfeiçoar as minhas braçadas. Ouvia com muita atenção o que o professor ensinava e quando experimentava movimentos novos sentia-me um autêntico "peixe na água". Fizesse chuva ou sol, nunca recusei ir a uma aula que fosse, estava sempre pronta para entrar na piscina e aprender, aprender...
   Esta rotina aconteceu até ao fim do terceiro ano. Algo mudou nesta altura...
           
               Próximos momentos: convite para aula experimental numa outra piscina; aula experimental; o quarto ano...

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Apresentação

      Chamo-me Beatriz, tenho 11 anos e tenho escoliose. Sou divertida, bem disposta, adoro conversar, ler, ver televisão e, claro, não passo sem o meu Ipad e computador. Gosto de andar informada e ver o que se passa no Facebook... Terminei o 2º ciclo e agora vou iniciar o ciclo seguinte numa nova escola. Por falar em escola, as férias já estão a chegar ao fim! Também pratico uma atividade desportiva: natação de competição. Nado todos os dias e também ao domingo quando tenho provas de competição, como por exemplo o campeonato nacional (e estas provas acontecem em qualquer parte do país... mas no dia seguinte, lá estou eu pronta para estar com atenção nas aulas para tirar boas notas no final de cada Período). É verdade, nado muito e intensamente, todos os dias dou à minha coluna muito exercício (há três anos que sou nadadora de competição), mas, mesmo assim, surgiu-me este problema, tenho a coluna torta... Escoliose!
     Criei este blog para vos contar a minha experiência sobre escolioseouvir as vossas opiniões/experiências e, de certa forma, ajudar quem está a passar pelo mesmo. Vou, então, contar-vos a minha história e aguardar que, vocês que estão a lê-la, partilhem comigo a vossa história!