Esqueci de referir que, no final da tarde do dia
dezanove, por volta das dezoito horas, a Bea revelou-se mais inquieta e disse
que estava a ficar muito indisposta. Logo a seguir, voltou a vomitar, desta vez
um líquido amarelo.
Este início de manhã do dia vinte de setembro de
dois mil e quinze não passaria sem antes provocar mais um valente susto. Já
durante a noite, a Bea se tinha queixado de um ligeiro formigueiro nos dedos da
mão. Inicialmente, pensei que fosse da posição em que se encontrava há já
largas horas e tentava sossegá-la dizendo-lhe isso mesmo. Contudo, de manhã, o
formigueiro foi-se acentuando até que a Bea afirmou que já não sentia uma das
mãos e que o adormecimento já ia a meio do braço.
O pânico instalou-se, vi que ela estava também com
um ar preocupado. Rapidamente, fui chamar o Enfermeiro que, num ápice, se
colocou junto da Bea. Eram os efeitos secundários da morfina que continuava a
ser injetada para aliviar as dores. Perante estes sintomas, a medicação teve de
ser reajustada, a morfina não podia continuar…
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