domingo, 28 de fevereiro de 2016

Alta do Hospital

    A noite de vinte e um de setembro para vinte e dois foi relativamente calma, consegui descansar como já há algum tempo não fazia. Fiquei, também, feliz porque estando eu melhor, a minha mãe também conseguiu descansar um pouco. Lembro que, antes de adormecermos, ainda falamos sobre a possibilidade de sairmos no dia seguinte, ou seja, termos alta do Hospital. É curioso estar a usar a primeira pessoa do plural, mas foi isso mesmo que aconteceu: nós as duas entramos juntas naquele hospital e íamos também sair juntas. Claro que a esta nossa dupla junta-se o meu pai que esteve sempre presente, só não dormia connosco porque não podia.
    Fazendo o balanço deste período difícil das nossas vidas: o tempo até passou rápido tendo em conta tudo aquilo por que passei nos dias em que estive internada. A minha vida deu uma volta completa, e sabia que agora iria iniciar uma nova vida. É isso mesmo, uma nova vida! Antes da cirurgia não podia já fazer algumas coisas, agora, pós cirurgia continuam a existir "coisas" que eu nunca mais poderei fazer. Estas restrições magoam... Eu queria nadar todos os estilos sem qualquer tipo de restrição! Certamente estão lembrados, eu sou nadadora de competição...
    No dia vinte e dois de setembro, a meio da tarde, deixei o Hospital onde fui tratada de forma excelente. Aliás, tenho mesmo de deixar aqui um agradecimento profundo a todos aqueles que de mim trataram, foram todos incansáveis e maravilhosos. Muito Obrigada!
    Como ainda me custava andar, fui levada numa cadeira de rodas até ao carro que me transportaria até casa. Apesar das dores que o transporte me causou, foi enorme a minha alegria ao deixar para trás o Hospital e regressar à minha bela casinha. Estava um dia lindo de verão, apesar de já ter começado o outono.
    A viagem correu bem e cheguei bem a casa...

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