E o sangue continuou a correr durante cerca de quatro horas. A noite chegou e, com ela, chegaram dores insuportáveis à Bea. Por volta das duas e meia da madrugada, a Bea fez aquilo que era muito raro fazer: chorar. Estava cheia de dores e disse-me que já não aguentava mais... E as lágrimas correram abundantemente pela sua carinha.
Rapidamente chamei a Enfermeira que lhe pôs a correr no soro um medicamento que, apesar de demorar um pouco a fazer efeito, iria acabar por aliviar as suas dores. Queria mexer-se, mostrou-se muito inquieta, não tinha posição para estar, e continuou a chorar. Por volta das quatro e meia, começou a acalmar, até que acabou por adormecer.
Dia 21 de setembro de 2015
Acordou cedo, ainda não eram oito. Estava calma e apresentava já uma outra carinha, estava sem dores e começou a sorrir. Tomou o pequeno almoço, estava com apetite. Algum tempo depois, mais uma tortura: tirar sangue para análise para ver como estava a anemia...
A seguir, levantou-se para ir ao WC. Inicialmente, sentiu-se um pouco tonta, começou a transpirar, mas aguentou-se. Apesar de tudo isto, a Bea estava feliz e dava para sentir que dela irradiava uma serenidade que me ajudou também a serenar.
Com a ajuda de uma auxiliar, dei banho à Bea. Ela queria, tinha muita vontade de lavar o cabelo, mas achamos que era melhor não o fazer, pois era a primeira vez, a sério, que ela estava mesmo de pé e não se podia abusar da sorte.
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