Quando contemplamos a Bea deitada naquela cama, passavam alguns minutos das vinte e três horas daquela longa noite de dezoito de setembro de 2015, rodeada por uma série de máquinas às quais estava ligada através de fios e mais fios, as enfermeiras à sua volta a controlar os valores que as máquinas iam ditando, ficamos muito assustados. A Bea sempre foi muito ativa, uma criança cheia de vida e desde que descobriu o gosto pela natação, nunca mais parou... Continuou com a sua dedicação aos estudos, nunca deixou nada por fazer, fosse o trabalho de casa qual fosse, todos eram importantes e todos mereciam a sua dedicada atenção. Posso mesmo escrever "vendia saúde", e era tão bom ver esta energia, alegria pela Vida!!! É curioso, mas é a mais pura das verdades, mesmo quando lhe foi diagnosticado este grave problema de saúde, a Bea não baixou os braços, não se deixou abater e sempre exibiu uma atitude de total confiança em tudo e em todos. Momentos houve em que a encontramos mais introspetiva e muitas vezes nos perguntamos o que é que estaria a passar na sua cabecinha, que pensamentos a atormentavam ... Algumas vezes ela desabafou, outras não.
Agora, ali estava ela, inerte, completamente alheada do mundo, com os olhinhos completamente cerrados, mas com um ar sereno. Primeiro, o nosso coração bateu aceleradamente, depois sossegou porque a médica anestesista que estava junto dela disse-nos que ela estava bem. Depois choramos... Sempre que recordo este momento, as lágrimas saltam sem pedir qualquer tipo de licença para entrar...
Sei que estou escrever no blogue da Bea, mas se estou, a seu pedido, a partilhar com vocês, pais, mães, avós..., este momento tão delicado das nossas vidas, não consigo fazê-lo sem mostrar, na realidade, tudo o que sentimos! Peço-vos, também, caso tenham alguma questão que queiram colocar sobre tudo isto e que não foi ou será aqui publicado, não hesitem em comentar e perguntar o que desejarem.
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