Enquanto não vimos a Bea, não conseguimos sossegar. O médico tinha-nos alertado para o facto de ainda ir demorar um pouco até que ela estivesse pronta para podermos vê-la, beijá-la, enfim, confirmar que ela estava bem. Foram muitas horas com anestesia geral e isso estava a causar-nos um enorme transtorno emocional, ela estava a "dormir" há já muito tempo, precisávamos estar junto dela e confirmar que o seu coraçãozinho estava a bater na perfeição e queríamos que quando ela abrisse os olhos, nos encontrasse junto dela. A última vez que nos vimos, choramos e sofremos muito... Ainda hoje, à distância, consigo vislumbrar o medo na face da Bea ao deixar-nos para trás, no momento em que entrou no Bloco Operatório. É uma imagem que dificilmente sairá das nossas memórias, e isto porque a dor por ela provocada nos nossos corações foi de tal forma, que jamais conseguirá ser apagada!
Mas tínhamos de ser fortes e passar para a Bea, quando estivéssemos de novo juntos, essa força, sim, ela é que precisaria de TUDO para conseguir enfrentar o longo e doloroso caminho que ainda tinha de percorrer... Não esqueçamos que a nossa Menina tem apenas 12 anos de idade.
Chamaram-nos! Despedimo-nos dos Amigos que estiveram connosco naquelas longas e dolorosas horas e... entramos nos Cuidados Intensivos. A dor continua a ser imensa e profunda ao lembrar este momento, o momento em que percorremos um corredor, passando por algumas portas, até que ... vimos a Bea. Não consigo, agora, expressar por palavras aquilo que sentimos quando contemplamos a nossa Filha, deitada naquela cama, ligada a máquinas, cheia de tubos, fios e, ainda, com os olhos fechados...
Continua...
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