Olá! Sou a mãe da Beatriz e vou, a pedido dela, contar-vos tudo o que se passou desde que aquela grande porta do Bloco Operatório se fechou e nós ficámos sem a nossa pequenina durante algumas horas. Não vai ser fácil esta tarefa, continua a ser muito penoso para nós estarmos a viver tudo isto com a nossa filha que sempre foi perfeita, direitinha, atleta, aluna brilhante, enfim...
O dia em que descobrimos que a coluna da Bea apresentava um problema foi traumático, não podia ser... Mas era: tinha escoliose que só seria tratada com uma intervenção cirúrgica. A situação em si já era terrível, e a longa espera à espera que o tempo passasse para ela poder crescer mais um bocadinho foi uma tortura. Foi um desgaste muito grande para todos e, confidencio-vos, houve momentos em que quisemos acreditar que ela poderia melhorar. Mas não, antes pelo contrário, a situação agravava-se a cada dia que passava. Nos últimos meses, constatar que algumas pessoas ficavam boquiabertas a olhar para a postura da Bea... foi muito doloroso!
No dia em que o doutor marcou a cirurgia, não consegui falar muito, estava mentalizada para a situação, mas saber que daí a pouquíssimos dias já ia ser operada, tirou-me todas as forças, instalou-se o medo e, ao mesmo tempo, uma grande revolta: porque é que tinha de estar a acontecer tudo aquilo?! No entanto, já com as palavras a não terem força para sair, ainda consegui pedir ao doutor que pusesse a minha filha direita...
Dia 18 de setembro de 2015: por volta das dezoito horas e trinta minutos, a porta do Bloco fechou-se. Uma enfermeira disse-nos para não ficarmos ali à espera, a cirurgia seria muito longa, por isso seria melhor sairmos dali. Foi muito carinhosa e tentou tranquilizar-nos, disse-nos que tudo iria correr bem, que ela estava em boas mãos. Aquela grande porta separava-nos da nossa pequenina, por isso não conseguimos sair dali, não aguentávamos uma distância ainda maior. Rezei muito...
E as lágrimas já estão a correr...
E as lágrimas já estão a correr...
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