segunda-feira, 25 de abril de 2016

Nova consulta pós cirurgia - o que não posso fazer...

    E ainda antes do dia de Natal, dezassete de dezembro de 2016, lá fui eu a mais uma consulta, na esperança de ouvir da boca do doutor que já podia nadar completamente à vontade. Os meus pais pediram-me calma e que não metesse na cabeça que eu iria ouvir aquilo que estava ansiosa para ouvir.
    Tal como aconteceu nas consultas anteriores, antes fui tirar novo raio-x e, já na consulta, o Doutor disse que estava tudo bem com a coluna, que tudo estava a evoluir muito bem. Isto deixou-me super feliz, e por momentos nem pensei na natação. Apesar de querer muito nadar como nadava, eu sei que primeiro tenho de ter a minha coluna direita e estável. Só ela me permitirá fazer uma vida normal... Normal dentro do que é esperado de uma coluna deste tipo.
    Pois bem, nesta consulta, fiquei a saber que não poderei nadar mais o estilo mariposa (neste estilo os braços são levantados simultaneamente para a frente enquanto se dá impulso com as pernas, movimentando-as juntas para cima e para baixo). Ora ali estava a minha primeira grande derrota. Este impedimento iria fazer com que eu não pudesse voltar a nadar, por exemplo, 200m estilos, e que eu gostava muito de nadar...
    Era um aspeto negativo, mas como tive de aprender com todo este processo que tem envolvido a minha escoliose, tinha de retirar dos aspetos positivos o encorajamento necessário para continuar a minha vida. Não podia nadar 200m estilos, contudo podia nadar o resto. Mesmo assim, fiquei triste, aliás, muito triste!!!
    As viragens continuava a não poder fazê-las e o salto também teria de ficar para depois...
    E a minha caminhada rumo à vida que eu antes tinha iria continuar um passinho de cada vez...

sábado, 23 de abril de 2016

7 de dezembro... mês do Natal!

    E finalmente chegamos a dezembro, o mês em que se celebra o Natal. Eu adoro esta época natalícia!
    No dia sete, lá tive eu mais uma consulta de ortodôncia para fazer a revisão mensal ao meu aparelho. Continua tudo a evoluir favoravelmente.
     Este dia, apesar de tudo, acabou por ser diferente. No mês de dezembro, costumamos sempre fazer o percurso que fizemos hoje, que é visitar a baixa de Lisboa para ver as iluminações natalícias. Todo o percurso de casa até ao consultório e depois para a baixa, foi todo feito em transportes públicos. Adorei! Depois da consulta, rapidamente chegou a hora de jantar e, mantendo a tradição, comi um belo hambúrguer no Rossio, acompanhado por umas belas batatas fritas e um néctar de pêssego. Soube pela Vida... Aliás, nem foi um hambúrguer, mas sim, dois. Sei que saí um pouco do regime alimentar que estava a seguir, mas como continuava a precisar de ganhar peso, comi tudo o que me apeteceu no momento. Depois tirei fotografias com um Pai Natal que estava no meio do Rossio, precisamente para tirar fotos com quem quisesse. Todos os anos este momento fica registado em fotografia. Se bem se lembram, já vos disse que eu adoro que me tirem fotografias.
    Quando cheguei a casa, estava muito cansada e dorida das minhas costas. Foi o primeiro grande passeio a pé que fiz com a minha nova coluna, e também de transportes públicos.
    Foi um dia muito bem passado!

terça-feira, 19 de abril de 2016

Os olhares nada discretos e a cicatriz

    Vou agora contar-vos um episódio que me aconteceu numa das minhas primeiras idas ao treino. Já tinha feito o meu treino e estava no balneário, depois do banho. Estava a limpar-me e vi que uma mãe de uma das meninas mais pequenas que frequenta as aulas de natação, não tirava os olhos de mim, mais propriamente das minhas costas. Não estranhem estar uma mãe no balneário, quando eu era mais pequena, a minha mãe entrava sempre comigo para me ajudar a despir e a vestir o fato de banho, assistia depois ao treino e, no fim, voltava a entrar no balneário para me ajudar a arranjar. Claro que isto aconteceu quando eu era mesmo pequena, não esqueçam que eu iniciei muito cedo a minha prática desportiva. Mas também reconheço que quando fiquei grandinha, continuava a gostar que a minha mãe me ajudasse. Isto aconteceu até que um belo dia ela me disse que eu já sabia tomar conta de mim e que começava a parecer mal ela continuar a ajudar-me. Gosto muito de ser mimada...  Mas nesta fase lá tive de me deixar crescer mais um bocadinho!
    Voltando ao relato que estava a fazer relativamente àquela mãe que não tirava os olhos das minhas costas. Sempre que eu olhava para ela, a senhora desviava o seu olhar. De repente, deixei cair o amaciador do cabelo ao chão. A senhora prontamente se ofereceu para o apanhar e eu, rapidamente, respondi: "Não!". Fiquei chateada com a sua boa vontade, mas já em casa, quando contei à minha mãe o sucedido, ela fez-me ver que a senhora apenas tinha sido simpática e que era normal as pessoas ficarem admiradas e até mesmo impressionadas com a minha cicatriz. Disse eu à minha mãe:
    - Eu não lhe pedi nada, por isso ela não tinha nada que me oferecer ajuda!
    Várias vezes a minha mãe falou comigo sobre isto e passei a entender todos os olhares nada discretos que continuam a pousar sobre mim... Entendo, no entanto não gosto!

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Consulta de Pediatria

    Como tinha passado por uma cirurgia complicada, os meus pais acharam bem levarem-me a uma consulta de pediatria. Aconteceu no dia vinte e seis de novembro e aí lá tive eu de repetir algumas coisas relativamente ao que me tinha acontecido.
    Quando chegou a hora de pesar, lá voltei a ouvir que estava muito magra e que precisava de recuperar peso rapidamente. Depois falámos daquelas coisas próprias de uma consulta de pediatria com uma menina de doze anos.
    Foi a primeira consulta com esta doutora e gostei, foi muito simpática e atenciosa. Uma das coisas que lhe disse foi que não gostava da minha cicatriz e que não conseguia olhar para ela...

domingo, 10 de abril de 2016

Consulta de nutrição

     Como não havia meio de o meu peso aumentar, fui a uma consulta de Nutrição no dia dezoito de outubro de 2016. O que me foi dito nesta consulta, acabou por não constituir grande novidade, ou seja, eu tinha de comer mais e incluir na minha alimentação outros alimentos. A doutora disse que eu tinha mesmo de mudar alguns dos meus hábitos pois se não o fizesse não iria aguentar os treinos da natação.
    Depois de me pesar, medir e tomar conhecimento dos meus hábitos alimentares, foi-me perguntando e/ou sugerindo certos alimentos. Como eu já referi atrás, eu sou um bocadinho esquisita com a alimentação. Por isso, tive de responder à doutora, muitas vezes, "não gosto".
    No meio de tanta esquisitice minha, lá conseguiu dar-me um Plano Alimentar. Prometi que iria cumpri-lo.
    No início, até que cumpri mais ou menos tudo. Depois, ia fazendo mais ou menos. Mas comecei a engordar, gradualmente.

sábado, 9 de abril de 2016

Recuperação de peso pós cirurgia (II)

    E como o tempo continua a passar depressa, o terceiro período escolar já começou (4 de abril de 2016) e a primeira semana já passou. Quanto a novidades, fiz uma das aulas de Educação Física - dançar merengue. Adorei! Contudo fiquei com algumas dores. Foi a primeira vez que fiz este tipo de exercício depois da cirurgia.
    Com o tempo quente, passei a usar calções e blusas leves, não passando despercebida a ninguém a minha acentuada magreza.  Apesar dos meus treinos intensivos, e apesar de parecer estranho, eu não tinha grande apetite. Os meus pais insistiram comigo e comecei a comer mais um pouco. Passou a fazer parte do discurso deles  a realidade cada vez mais próxima da necessidade de ter de ser submetida a uma complicada intervenção cirúrgica, daí eles pedirem-me para comer de forma a engordar um bocadinho, pois os tempos que se avizinhavam não seriam nada fáceis. Como se costuma dizer, pouco a pouco enche a galinha o papo, no meu caso, consegui "encher" / engordar, passando o meu peso, na altura da cirurgia, a oscilar entre os 44/45 quilos. Estava e sentia-me bem com o meu novo peso.
    Dia 18 de setembro foi, então, o dia da cirurgia. Rapidamente perdi peso, logo enquanto estive internada. Restabelecido o meu equilíbrio pós cirurgia, dei comigo a pesar 38 quilos, tendo mesmo, em alguns dias, descido aos trinta e sete e tal.
    Enquanto estive em casa, em recuperação, e tendo em conta tudo aquilo que ainda estava a passar, o meu peso acabou por ficar um pouco em segundo plano, apesar dos meus pais insistirem comigo para que comesse mais um pouco. O problema acentuou-se, de facto, quando iniciei os treinos de natação. Mesmo condicionados, eu acabava por sofrer um grande desgaste com as piscinas que fazia nos três dias de treino que passei a fazer, à segunda, quarta e sexta-feira. Sem fazer nada e estando em repouso em casa, eu emagreci. Já estava na escola, comecei a nadar, mas continuei a comer o que comia, ou seja, o apetite estava mesmo preguiçoso...

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Recuperação de peso pós cirurgia (I)

    Quando terminei a época desportiva passada, em julho de 2015, eu estava muito magra. Em termos de peso, fui oscilando ao longo do meu crescimento. Antes de iniciar a prática da natação mais a sério, dei comigo a detetar alguns "pneus" na zona abdominal e umas coxas relativamente bem redondinhas. Na altura, ouvia os meus pais a dizerem para eu moderar um pouco, por exemplo, o consumo do chocolate - que continuo a adorar -, a não devorar dois pratos de comida, por exemplo, entre outras pequenas coisas. Da parte do meu pai, não há exemplos de gordurinhas a mais, mas o mesmo já não se pode dizer do lado da minha mãe. Mas, atenção, a minha mãe é super magra, não tem nada a ver com os seus pais nem com os seus irmãos, meus avós e tios, respetivamente, que são relativamente"grandes", digamos assim.
    Naquela altura em que eu me apresentava também um pouco "grande", sempre manifestei o desejo de ser elegante como a minha mãe, no entanto, eu adorava comer, e bem! Iniciados os treinos de forma intensiva, o que eu tinha a mais saiu e fui ficando mais "pequena", cada vez mais parecida com a minha mãe, mas só na elegância, pois em termos de parecenças continuo a ser mais parecida com o meu pai. O meu pai também é elegante, mas a barriguinha nota-se um pouquinho.
    Em julho de 2015, pesava, então, trinta e nove quilos, era quase só pele e osso e, claro, músculos.

terça-feira, 5 de abril de 2016

Reflexões... eu e a natação.

    Torneio de Natação no meu Clube. Fui ver e fiquei muito triste...
    Com esta frase terminei o post anterior. Este torneio realizou-se no dia oito de novembro de 2015. Não me enganei quando escrevi "ver", pois foi isso mesmo que aconteceu, eu assisti ao torneio porque ainda estava "a léguas" de poder entrar na água juntamente com os meus colegas. E este foi, depois da cirurgia, o meu primeiro grande desgosto desportivo. Foi grande a dor que senti por não poder entrar no balneário e vestir o meu fato de competição para, de seguida, subir ao bloco e mergulhar. As bancadas estavam cheias e gosto de contemplar isto antes de subir ao bloco, sim, porque depois de estar no bloco, a concentração tem de estar toda direcionada para o toque que assinala a partida. E nestes momentos também costumo ficar um bocadinho nervosa porque não quero fazer falsa partida. Neste dia, encontrava-me entre as pessoas que estavam a assistir a este maravilhoso espetáculo que é a natação. É tão diferente...
    Todos os toques que assinalaram todas as partidas das diferentes provas que aconteceram naquele dia, bateram muito forte no meu coração. Não tenho palavras para descrever a tristeza que me invadiu! Por agora, fico por aqui...

domingo, 3 de abril de 2016

O meu dia a dia

    E a primeira semana de novembro fez-me voltar à rotina que tinha antes de ser operada. Tinha horários para cumprir na escola e no Clube de natação, tinha os trabalhos escolares para fazer, tinha de estudar para os testes que entretanto surgiram, tinha de continuar a escrever aqui, no blogue, pois acabei por sentir que esta prática de escrita acabou, também, por criar uma rotina. Sei, e vocês também sabem, que houve alguns dias seguidos que não publiquei nada, mas esclareço agora que, quando isso aconteceu, foi por total falta de tempo, eu tenho todas as horas, ou melhor, todos os minutos do dia programados e totalmente preenchidos. Certamente estão a constatar que, nesta pausa escolar para gozar as férias da Páscoa, eu tenho estado aqui, regularmente, a contar a minha história de vida.
    Apesar de todas as rotinas que entretanto se instalaram, mantenho uma mágoa muito grande, pois continuo sem nadar tudo o que queria e a não fazer todos os treinos que desejava. Mas continuemos no mês de novembro...
    No dia três, nova consulta de ortodôncia para efetuar nova revisão mensal. É sempre a mesma coisa: ver a posição dos dentes que vai melhorando mês a mês; trocar os elásticos e, já que é para trocar, mudo sempre a cor dos mesmos (já houve consultas em que tive de continuar com a mesma cor, pois não havia outras...).
    No fim de semana seguinte, houve um Torneio de Natação no meu Clube. Fui ver e fiquei muito triste...

sábado, 2 de abril de 2016

Primeiro treino de natação pós cirurgia.

    É indiscritível tudo o que senti quando mergulhei suavemente todo o meu corpo e comecei a deslizar na água. Mesmo não querendo pensar, não me saía da cabeça se iria sentir alguma coisa do material que me está a segurar a coluna ou até mesmo se a cicatriz, que continuava muito sensível, iria dar algum sinal. Confesso que tudo isto continuava a atormentar-me...
    O primeiro estilo que nadei foi crawl, senti os braços um pouco presos no início, mas depois foram-se soltando. Fiz algumas piscinas neste estilo, tendo depois mudado para costas. E seriam apenas estes dois estilos que eu poderia nadar nos tempos mais próximos... Nesta fase, poder nadar estes dois estilos foi, para mim, uma enorme vitória. Apesar do doutor ter dito que depois da cirurgia eu poderia voltar à natação, eu precisava de ver para crer. Nunca neguei que iria fazer tudo o que fazia antes, mas aquele receio de que... enfim... acabava por lá estar, mesmo sem eu querer!
    O treino correu bem e eu senti-me bem. Neste primeiro treino, bastou-me a satisfação de me sentir, novamente, a nadar. Nos outros que se seguiram, dei comigo a ficar triste por não poder fazer tudo o que fazia antes e ver os colegas a passarem-me à frente...

    Pensamento do costume: Melhores Dias VIRÃO!!!

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Regresso à piscina...

    Vou começar por explicar precisamente o fim do título que dei a este texto, mais propriamente o sinal de pontuação que escrevi. Reticências... Há já muito tempo que ansiava a chegada deste dia, dois de novembro de dois mil e quinze, nem calculam as saudades que eu tinha de entrar na água - não escrevi "mergulhar" porque estava proibida de o fazer -, e começar a bater pernas e braços com toda a força.
    O fim de semana que antecedeu este grande dia nunca mais passava. No domingo à tarde, com a ajuda do meu pai, preparei o saco com todo o material necessário para regressar, então, à piscina. Lembro de, na escola, na segunda feira, dar comigo a pensar como é que seria a reação do meu corpo, com a minha nova coluna, ao entrar na água. Rever os meus colegas também me estava a agradar, pois nos balneários, com as atletas, ou junto à piscina, antes de iniciar a prática da natação, com os atletas, havia momentos engraçados de convívio.
    Já no Clube, e como seria de esperar, tive que repetir a todos os que me iam perguntando o meu estado, que já estava melhor e que tudo tinha corrido bem. Confesso que me senti um pouco nervosa quando desci as escadas e cheguei junto do meu treinador que já estava junto àquela maravilhosa piscina. Tinha muita vontade de entrar, no entanto o receio de não conseguir fazer aquilo que o doutor tinha dito para eu fazer, era relativamente grande.
    Desci os degraus da piscina e entrei na água...