quinta-feira, 24 de março de 2016

Os pontos e o penso!

    Os dias que precederam o dia em que tiraria os pontos foram relativamente bem passados no que toca a dores. O médico tinha receitado uns comprimidos para as dores, em SOS, mas eu continuava a ser muito resistente à dor. Confesso que tive algumas, mas que se toleraram bem. O que me incomodava mais era o penso que me fazia uma comichão daquelas, daquelas que até dava vontade de arrancar aquilo tudo. Mas sabia que não podia!
    Chegou o dia de me tirarem aquilo tudo... Estava um pouco nervosa, não só porque estava com receio de que doesse, mesmo sabendo que os pontos que estavam a fechar a minha cicatriz eram pensos autocolantes. Mesmo assim, estavam colados e isso fazia-me um pouco de impressão porque o corte ainda me doía. Para além desses pontos autocolantes, tinha um ponto de fio para fechar o buraquinho feito pelo dreno, que tinha sido colocado ao lado do corte, ao fundo das costas.
    Enquanto estava à espera que me chamassem, vi outros jovens à espera de consulta. Lembro que, ao olhar para eles, senti um grande alívio e muita alegria por saber que eu já tinha passado aquilo que provavelmente alguns deles iriam passar, ou seja, a cirurgia. Por momentos, voltaram a desfilar na minha cabeça alguns dos momentos mais marcantes de todo este processo que ainda continuo a viver. Se me perguntarem qual foi o pior, direi que não sei responder, cada pequeno momento constituiu um grande sofrimento, apesar de eu não ter exteriorizado muito. Sou mais de guardar para mim este tipo de sentimentos...
    Quando me deitei para a Enfermeira me tirar os pontos, comecei a tremer de nervos. Custou só um bocadinho...

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