sábado, 26 de março de 2016

Impressionada com a cicatriz...

    Mais uma etapa concretizada nesta minha longa saga: ter as minhas costas totalmente libertas de pensos. Isto sabia bem, mas, por outro lado, sentia-me agora mais frágil, é como se a minha coluna estivesse mais exposta. A partir deste dia começariam novos problemas para mim...
   Comecei a dar comigo a cismar com a cicatriz e, também, com o material cirúrgico que se encontrava por baixo dessa cicatriz. A Enfermeira que me tirou os pontos disse para a minha mãe espalhar, massajando, um creme gordo na cicatriz para ajudar a cicatrizar. Pois bem, este momento passou a ser um tormento para mim, metia-me  muita impressão tocarem-me na cicatriz. Mesmo no banho, só passar a esponja nas costas constituía, também, um autêntico massacre. Passei a ficar muito nervosa sempre que sabia que me iriam mexer nas costas. Não era só na zona da cicatriz que me doía, todas as partes das costas doíam, metiam impressão... Em algumas zonas, o deslizar de um dedo parecia uma faca a cortar, noutras zonas sentia outra coisa estranha, parecia borracha...
    Como se não bastasse tudo isto, comecei a meter na cabeça que o material que segura a minha coluna podia saltar, deslocar-se. Várias foram as vezes em que disse aos meus pais que sentia um parafuso aqui, outro acolá... Os meus pais tudo fizeram e disseram para me sossegar, para me tirar aquelas ideias da cabeça. Por vezes senti-os completamente desnorteados em busca das melhores palavras para me acalmar... Foi um período ainda relativamente longo que dediquei a este tipo de pensamentos. Depois da queda que relatei num dos posts anteriores, confesso, fiquei um pouco mais confiante. Nada saltou, e tudo continua no seu devido lugar!

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