quinta-feira, 31 de março de 2016

Conhecer Haatchi e Owen

    Fiquei encantada quando recebi um convite do Hospital dos Lusíadas para assistir a uma sessão de autógrafos com Haatchi e Owen, nem queria acreditar. Já conhecia a história destes grandes amigos, a forma como se conheceram e que até já tinham estado em Portugal. Parecia mentira que eu iria ter o privilégio de estar junto deles e poderia ficar com um livro autografado com aquele delicioso carimbo que Owen usa para o fazer.
    Como não tinha aulas à tarde, calhou ainda melhor a data que estipularam para esse efeito - dia 16 de outubro, à tarde. Cheguei cedo ao Hospital pois não queria perder nada do encontro. Já tinha dito ao meu pai que queria que me comprasse o livro que relata a história deles, mas nem isso foi necessário, pois quando entrei na sala tinha um exemplar do livro à minha espera, na cadeira onde me sentei.
    Adorei ouvir Owen e ver aquele cão tão fofo. Foi mesmo muito ternurento!
    O livro devidamente autografado está numa das estantes do meu quarto. Adoro-o!

quarta-feira, 30 de março de 2016

Primeiros dias na Escola

    O primeiro dia correu bem, fiquei a conhecer alguns dos meus professores e fiquei a conhecer a minha turma. Um dos colegas tinha andado comigo no sexto ano e também nada no meu Clube de Natação. Todos os outros eram desconhecidos e muito deles portavam-se mal na sala de aula. No início assustei-me um pouco, depois comecei a achar piada a alguns dos comportamentos dos meus colegas. Muitos alunos da turma já eram repetentes.
    Logo no segundo dia de aulas, para mim, claro, foi dia de visita de estudo. Mais uma preocupação  para os meus pais, receavam que eu não aguentasse, tendo em conta que seria o dia todo. Eu estava com vontade de ir  e disse-lhes isso mesmo e que aguentava. Pois bem, a vontade era muita, mas não aguentei. Logo de manhã, a saída implicava um percurso a pé. Foi demais para mim, por isso telefonei ao meu pai para me ir buscar. O resto da semana decorreu normalmente. Tive de estudar muito para recuperar os conteúdos já lecionados e, na disciplina de Matemática, teria teste logo no início da semana seguinte.
    E a vida começou, então, a entrar nos eixos... Contudo, faltava uma coisa muito importante para mim:
    - A natação...

terça-feira, 29 de março de 2016

Regresso à escola.

    Ouvir o doutor dizer que eu podia regressar à Escola fez-me sentir muito bem. Confesso que já estava cansada de estar em casa e, por outro lado, iria iniciar o terceiro ciclo numa nova escola. Seria tudo novo para mim, estava mesmo ansiosa para começar e conhecer tudo. Antes da consulta terminar, a minha mãe ainda perguntou ao médico se não havia nenhum problema, por exemplo, com um possível encontrão de um colega, ou coisa do género. O doutor tranquilizou-a, dizendo que não havia qualquer tipo de problema.
    Rapidamente o dia doze de outubro chegou, depois de um fim de semana em que todos estávamos um bocadinho nervosos, pois seria o início de uma nova vida, agora que tinha, também, uma coluna nova. Até esse dia tinha estado mais em casa, um passeio ou outro no Centro Comercial, mas sempre muito rápidos, pois cansava-me depressa. Segunda-feira, levantei-me faltavam dez minutos para as sete, as aulas começavam às oito.
    Como era o meu primeiro dia escolar, e tendo em conta a minha situação, os meus pais pediram para entrar comigo na escola para me acompanharem até ao bloco onde iria ter a primeira aula. O senhor que estava ao portão foi muito compreensivo e permitiu a entrada deles. A Escola é muito grande e a sala onde eu iria ter a primeira aula ficava precisamente numa das extremidades daquele recinto escolar. Quando lá chegamos, a minha mãe falou com a funcionária que estava naquele Bloco e explicou-lhe a minha situação. A senhora foi muito atenciosa e logo sossegou a minha mãe dizendo que ela me ajudaria no que fosse necessário.
    A seguir foi o momento doloroso para todos: a despedida. Mas tinha de ser, a vida tinha de continuar...

segunda-feira, 28 de março de 2016

Ponto de situação... e a cicatriz.

    Nesta nova consulta, o doutor viu o RX que tinha feito antes de entrar no consultório. Estava tudo bem com a coluna e com o material e perguntou-me como é que eu me sentia. Respondi que estava bem, mas custava-me muito encostar-me. Viu a cicatriz e disse que aquela sensação iria melhorar com o tempo. Aconselhou massajar a cicatriz com um creme que ajuda na cicatrização, ajudando, inclusive, na diminuição da sua largura. A cicatriz é muito extensa e há zonas em que quase é impercetível, mas, por outro lado, zonas apresenta em que a sua largura é substancial. Isto acontece, principalmente, nas extremidades. Em cima, está um pouco mais larga, mas não me incomoda muito, já em baixo, para além de larga, está um pouco volumosa. Esta parte é onde assentam todas as costuras da roupa, por isso devem imaginar o que tenho passado. Aliás, já tive de mudar de calças algumas vezes porque não as consigo aguentar na cintura, precisamente na zona da cicatriz.
    Nesta consulta, o doutor referiu que a postura que eu apresentava entretanto só ficaria totalmente direita com a minha ajuda. Os meus pais tinham apresentado esta dúvida ao doutor porque tinham constatado que eu continuava um pouco inclinada para um dos lados. Tinha sido muito tempo com essa postura incorreta, fruto da acentuada curvatura que eu tinha na coluna, mas agora eu é que teria de fazer o resto. Foi complicado, porque mesmo estando um pouco torta, eu sentia que estava direita. Mas, claro, prometi ao doutor que ia melhorar a minha postura. E é o que ainda continuo a fazer.
    No fim da consulta o doutor deu-me alta/autorização para regressar à Escola, fiquei tão feliz... Quanto à natação, só em novembro...

sábado, 26 de março de 2016

Mais uma consulta

    Hoje, em conversa com o meu pai, lembrei que ele tem registado na sua agenda todas as datas relativas a tudo o que se tem passado comigo. Aliás, o meu pai assinala na sua agenda tudo, quando nós precisamos de saber alguma data é só perguntar-lhe. Entretanto, até a minha mãe que sempre disse que não precisava de agenda pois conseguia reter tudo na memória, acabou por se render ao uso deste livrinho. Assim, pedi ao meu pai a sua agenda e fiz o levantamento de todas as datas que me diziam respeito.
    Relativamente à mudança do penso, a mesma foi efetuada no dia vinte e cinco de setembro e retirado definitivamente no dia dois de outubro. No dia seis deste mesmo mês, tive consulta de ortodôncia para realizar a revisão mensal do meu aparelho. Os dentes já estão melhores, já estão a posicionar-se no sítio onde deveriam ter estado sempre. Possivelmente o que fez com que isto não acontecesse foi o facto de ter adorado, e muito, a minha querida chuchinha. Até larguei a chupeta relativamente cedo, pouco depois de ter feito os meus três aninhos, mas os meus pais dizem que enquanto eu andei com ela, chuchava com tal força que, de noite, eles ouviam, no seu quarto, o meu chuchar. Resultado: maxilar superior saído, apresentando um bocadinho "dentes de coelho". Como já disse, estão melhores, mas ainda tenho muitos meses pela frente para exibir um autêntico sorriso metálico. Confesso-vos que já estou farta do aparelho, há dias em que me apetece arrancar todas as pecinhas que o constituem... Mas sei que não devo e também tenho os meus pais logo a dizer que é para o meu bem e que o tempo até está a passar depressa e que se aguentei até agora, também aguento mais alguns meses, ou melhor, muitos.
    No dia sete de outubro de 2015, mais uma consulta, desta feita para o doutor rever a minha nova coluna.

Impressionada com a cicatriz...

    Mais uma etapa concretizada nesta minha longa saga: ter as minhas costas totalmente libertas de pensos. Isto sabia bem, mas, por outro lado, sentia-me agora mais frágil, é como se a minha coluna estivesse mais exposta. A partir deste dia começariam novos problemas para mim...
   Comecei a dar comigo a cismar com a cicatriz e, também, com o material cirúrgico que se encontrava por baixo dessa cicatriz. A Enfermeira que me tirou os pontos disse para a minha mãe espalhar, massajando, um creme gordo na cicatriz para ajudar a cicatrizar. Pois bem, este momento passou a ser um tormento para mim, metia-me  muita impressão tocarem-me na cicatriz. Mesmo no banho, só passar a esponja nas costas constituía, também, um autêntico massacre. Passei a ficar muito nervosa sempre que sabia que me iriam mexer nas costas. Não era só na zona da cicatriz que me doía, todas as partes das costas doíam, metiam impressão... Em algumas zonas, o deslizar de um dedo parecia uma faca a cortar, noutras zonas sentia outra coisa estranha, parecia borracha...
    Como se não bastasse tudo isto, comecei a meter na cabeça que o material que segura a minha coluna podia saltar, deslocar-se. Várias foram as vezes em que disse aos meus pais que sentia um parafuso aqui, outro acolá... Os meus pais tudo fizeram e disseram para me sossegar, para me tirar aquelas ideias da cabeça. Por vezes senti-os completamente desnorteados em busca das melhores palavras para me acalmar... Foi um período ainda relativamente longo que dediquei a este tipo de pensamentos. Depois da queda que relatei num dos posts anteriores, confesso, fiquei um pouco mais confiante. Nada saltou, e tudo continua no seu devido lugar!

sexta-feira, 25 de março de 2016

Primeiro RX pós operatório

   Olá!
    Acabei de reler algumas das minhas publicações e verifiquei que o primeiro RX que tirei depois da cirurgia e que coloquei num dos posts anteriores não aparece. Não sei o que aconteceu, de qualquer forma já regularizei a situação e esse RX já se pode ver...

             A todos os meus Leitores, desejo uma Páscoa Feliz!
      
                                                      Bjs

quinta-feira, 24 de março de 2016

Os pontos e o penso!

    Os dias que precederam o dia em que tiraria os pontos foram relativamente bem passados no que toca a dores. O médico tinha receitado uns comprimidos para as dores, em SOS, mas eu continuava a ser muito resistente à dor. Confesso que tive algumas, mas que se toleraram bem. O que me incomodava mais era o penso que me fazia uma comichão daquelas, daquelas que até dava vontade de arrancar aquilo tudo. Mas sabia que não podia!
    Chegou o dia de me tirarem aquilo tudo... Estava um pouco nervosa, não só porque estava com receio de que doesse, mesmo sabendo que os pontos que estavam a fechar a minha cicatriz eram pensos autocolantes. Mesmo assim, estavam colados e isso fazia-me um pouco de impressão porque o corte ainda me doía. Para além desses pontos autocolantes, tinha um ponto de fio para fechar o buraquinho feito pelo dreno, que tinha sido colocado ao lado do corte, ao fundo das costas.
    Enquanto estava à espera que me chamassem, vi outros jovens à espera de consulta. Lembro que, ao olhar para eles, senti um grande alívio e muita alegria por saber que eu já tinha passado aquilo que provavelmente alguns deles iriam passar, ou seja, a cirurgia. Por momentos, voltaram a desfilar na minha cabeça alguns dos momentos mais marcantes de todo este processo que ainda continuo a viver. Se me perguntarem qual foi o pior, direi que não sei responder, cada pequeno momento constituiu um grande sofrimento, apesar de eu não ter exteriorizado muito. Sou mais de guardar para mim este tipo de sentimentos...
    Quando me deitei para a Enfermeira me tirar os pontos, comecei a tremer de nervos. Custou só um bocadinho...

quarta-feira, 23 de março de 2016

A minha nova vida!

    Olá, queridos leitores!
   Se calhar já estavam a pensar que tinha abandonado este/nosso blogue! Claro que não, mas os trabalhos e testes na escola absorveram-me, por completo, todo o tempo. Já vos disse que sou uma aluna aplicada e, antes de tudo, está a escola. Continuo a dar o melhor de mim em tudo...
    Ao escrever a última frase do parágrafo anterior, chegou-me um bocadinho de tristeza! Sim, eu continuo a dar o melhor de mim em tudo, e este "tudo" inclui a natação. Como já vos disse anteriormente, eu já estou a nadar, mas continuo com muitas limitações: não posso fazer a cambalhota nas viragens e não posso saltar. Tudo isto faz com que não consiga dar o meu máximo nos treinos e isso deixa-me muito triste. O treinador, mas principalmente os meus pais, animam-me e dizem-me que melhores dias virão e que eu vou conseguir. Os meus pais continuam a ser o meu porto de abrigo, não me deixam desmotivar, muito menos desistir dos meus objetivos e, como eles próprios dizem, para a frente é que é o caminho e melhores dias virão. Eu sei que é e tem de ser mesmo assim, mas já lá vão seis meses de cirurgia, são muitos dias, e ainda não sei quantos terei pela frente - tenho consulta em abril... - sem fazer aquilo que eu adoro, ou seja, NADAR em competição. Isto foi só mais um desabafo!
    Voltando à parte em que estava no post anterior, relativamente à minha nova vida, a minha felicidade continuava a ser imensa por ter voltado para a minha casinha. O penso que tinha nas minhas costas é que me incomodava. Era um penso próprio para poder tomar banho, mas no segundo banho que tomei com ele, descolou. Fui fazer novo penso que durou até o dia em que tinha de voltar ao Hospital para o tirarem definitivamente. No dia em que fui ao Hospital para o tirar, mais ou menos uma semana depois de ter feito o penso, confesso que estava um pouco nervosa, a cicatriz estava a causar-me muita confusão, juntamente com o material que eu sei que  está lá dentro...

sábado, 5 de março de 2016

Em casa...

    Já em casa, surgiu o primeiro obstáculo: subir escadas. Mas, devagar, devagarinho, lá subi os meus primeiros degraus após a cirurgia que me tratou a grande escoliose que eu tinha.
    Ao jantar, poder comer uma comidinha feita pela minha mãe foi, simplesmente, divinal. Como já passou algum tempo, não me recordo o que comi, no entanto, sei que me soube muito bem porque a minha mãe sabe o que eu gosto, adoro e o que eu não consigo mesmo comer. Admito que sou um pouco esquisita no que toca à alimentação...
     A primeira noite na minha caminha também foi maravilhoso, não há como a minha cama! Assim, o meu primeiro soninho após a cirurgia foi uma beleza. 
   Relendo estas palavras acabadas de digitar, verifico que escrevi muitas vezes "primeiro", "primeira". É verdade, sinto como se estivesse a iniciar uma nova vida e, como tal, tudo o que faço com a minha nova coluna é completamente NOVO.
    Antes de sair do hospital, fizeram-me o penso. Estava tudo bem!