quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Ano novo... Vida nova!

    Hoje é dia 31 de dezembro de 2015. Antes de vir para aqui para partilhar com vocês mais alguns momentos desta minha Aventura, estive a fazer o balanço deste ano prestes a terminar. Porém, antes de o fazer, pedi à minha mãe que fizesse o seu balanço. Ela, prontamente, respondeu "Nem quero pensar nisso, o ano foi mau...".
   Logo eu respondi: Não foi nada, então vê lá bem...
   E comecei a narrar todos os meus feitos deste ano e, apesar de ter passado por maus bocados, dei comigo a fazer um balanço positivo. A nível escolar, tudo cinco estrelas, fiz exames que correram maravilhosamente; a nível desportivo, fui a todas as provas possíveis, até ao Campeonato Nacional de Natação; fui novamente à Disneyland Paris onde me diverti muito, muito, foi maravilhoso; e, claro, fui operada... A seguir, deixo-vos com duas fotografias minhas: antes e depois da cirurgia! No próximo ano, continuarei a contar-vos as minhas aventuras e ficarão a saber quantas horas durou a cirurgia, as complicações, o sofrimento, tempo de internamento, fotografias, o que tenho feito, como estou e como estarei...
   A todos desejo um Ótimo Ano de 2016, com muita Saúde, Paz e Alegria!
                                                                       Bjs!

         18-09-2015                                                                   21-09-2015


Cirurgia - escoliose...

    O relógio marca as 17h, estava serena, o comprimido fez efeito, estava preparada, tinha de ser... Olhava para a porta, mas ela não se abria... não abria mesmo! No quarto ao lado do meu estava uma menina, parecia um pouco mais velha do que eu, tinha sido operada há dois dias... e já andava. Dei comigo a invejar a sorte dela, já tinha passado por aquilo que eu estava a passar e ainda ia passar: a operação. Uma das enfermeiras já nos tinha dito que, em média, são operadas duas meninas por semana naquele hospital, para tratar precisamente escolioses como a minha.
    - Ai, já passa da hora, nunca mais me vêm buscar!
    A espera estava a tornar-se angustiante, o medo começou a apoderar-se de mim, precisava de terminar aquilo depressa...
    Dezoito horas e quinze minutos, a porta abriu-se.
    - Vamos lá, Beatriz, está na hora! - disse uma das enfermeiras que me veio buscar.
    Agora, à distância não sei dizer-vos o que senti naquele momento, mais medo ou seria alívio por, finalmente, ir fazer aquilo que me iria pôr uma rapariga normal, com as costas direitas, de forma a que as pessoas menos discretas deixassem de me olhar como "diferente"!
    Saí do meu quarto deitada na minha cama, e lá fui eu, acompanhada por uma auxiliar e por uma  enfermeira que empurravam a cama, e os meus pais que não me largaram um bocadinho. Os nervos apoderaram-se de mim e pouco depois de iniciar a viagem na minha cama, comecei a chorar... Por volta das 18.30h entrei no Bloco Operatório, depois de me despedir dos meus pais. Todos chorámos...
    Já com a porta fechada do Bloco, ainda consegui ver a minha mãe através do vidro da parte superior dessa porta. Entretanto, puseram-me uma touca na cabeça, ajudaram-me a sair da minha cama e passei para uma maca. Nesta havia uma espécie de uma roda cor de cera com um buraco no meio. Era a minha "almofada", onde coloquei a minha cabeça. E lá fui eu...

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Tarde do dia 18 de setembro... à espera da cirurgia!!!

    A hora de almoço passou, confesso que não tinha fome. Por volta das 14h, o meu médico foi ter comigo ao quarto e disse-me que me viriam buscar por volta das 17h para me levarem para o bloco operatório, mas um pouco antes eu teria de tomar um comprimido que me iria ajudar a relaxar. E assim foi, às 16h deram-me o tal comprimido com um pouco de água. Estava a chegar a hora... mas a espera estava já a pôr-me nervosa, enquanto não ia, pensava em coisas: o que é que me iriam fazer, ia sentir alguma coisa, ia doer?! Tinha metido na cabeça que seria operada ao início da tarde, por isso, confesso, estava a passar-me... Às 16.20h a Enfermeira trouxe umas meias brancas e pediu aos meus pais que mas vestissem, alertando para o facto de que era uma tarefa difícil, pois as meias eram muito apertadas e tinham como função, precisamente, apertar-me as pernas, pois a cirurgia seria muito longa. Enfiar aquelas meias acabou por ser um momento divertido, era o meu pai de um lado, a minha mãe do outro, os dois a puxarem aquelas meias super apertadas. Já colocadas, até que as minhas pernas ficaram giras. Podem ver isto mesmo, na fotografia que mostro a seguir...







sábado, 26 de dezembro de 2015

Manhã do dia 18 de setembro, onze horas

   Às onze horas, mais coisa menos coisa, os meus pais procederam ao preenchimento de toda a papelada para eu poder ficar internada, na companhia da minha mãe, que ficaria sempre comigo. Confesso que estava um pouco - ou seria muito?? - nervosa. Estava muito nervosa e com muito receio. Desde que entrei no hospital que fui sempre muito bem tratada, todos me trataram com carinho e foram muito pacientes comigo.
   Preenchida a papelada do internamento, chegou junto de nós uma enfermeira que me encaminharia para o meu quarto. Entrámos no elevador e subimos. O coração começou a bater com mais força... Estava mesmo muito nervosa, admito! Quando entrei no quarto, gostei do que vi: era um quarto acolhedor, tinha televisão, sofás, casa de banho e, claro, uma cama. O meu pai começou logo a brincar comigo e, para me pôr à vontade, mostrou-me a paisagem que se via das duas grandes janelas que tinha o quarto. Depois, brincou comigo e juntos "explorámos" a cama. Fiquei mais descontraída quando descobri um comando junto à cama e comecei a ver para que é que ele servia. Pois é, a minha cama era toda articulada - subia e descia a parte das pernas, subia e descia a parte do tronco, a cama toda descia e subia, era maravilhosa. Depois, brinquei com um outro comando que a Enfermeira me tinha mostrado e explicado para o que servia. Um dos botões era para chamar a enfermeira quando precisasse, outro era para as luzes do teto, outro para o candeeiro da cama, outro para a entrada do quarto... E, claro, o comando da televisão. Carreguei no botão e a televisão ligou...
   E fiquei assim, à espera! Entretanto fui trocar de roupa e vesti uma camisa de dormir... Quanto a comer, já sabia que não podia comer nem beber nada...

      Olá, Queridos Amigos!
      Há quanto tempo... É verdade, estive aqui com vocês no dia 18 de setembro de 2015, dia muito importante para mim pois era precisamente neste dia que se ia dar uma grande mudança em mim. A minha escoliose não podia esperar mais, a curvatura já era tanta que a seguir iria ter dificuldade em me segurar. Já tinha feito todos os exames necessários para a cirurgia e, por volta das 10.30h, o carro dos meus pais parou no parque de estacionamento. Levámos tudo o que era necessário para uns dias de internamento. A minha mãe ia poder ficar comigo, fiquei muito feliz quando me disseram isto.
     À entrada do hospital, o meu pai tirou-me esta fotografia que apresento a seguir. Até já!